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Avelãs & Libélulas

Avelãs & Libélulas

Yomi, voltava larva da escola e as tuas patas
Expectantes faziam-me confetti no chegar do quarto
Pangeia quando as duas crescíamos mundos acrobatas
No alto truísmo de subir a cama e te purpurear o harto
Céu saltado por libélulas a cartão e feltro em cascatas
De atacadores que borrifavam terra ao nosso sonho léu.

Yomi, continuava casulo da escola e as tuas patas
Vacilantes doavam-me dó na caixa fetal de abrir a porta
Para minguar o adolescer no monstro dos teus ossos restantes
E adoecer a solidão na imagem aninhada de mil memórias gratas
Enquanto a água me arrancava aos olhos que já nem te importa
O cereal preferido pelo qual me alçavas pantufas às omoplatas.

Yomi, acabavam os fins da escola e as tuas patas
“Instantes debaixo do chão, segundos verdes ao largo da casa
Para morar leve sob a copa das imensas aveleiras falantes”
Palavras pais, furtar-me filha... do adeus em fatos e gravatas.
Mas logo, a tua campa a ser todo o lugar onde passavas antes
E o tamanho da humilhação a baixar-me veloz às ditas matas.

Dezoito horas! O arrebol marrom e violeta da tarde da morte!
Perdição, já só era um bonsai disto no Julho d’ouvir miar
O tronco da aveleira nesgado numa quase ogiva templária
Entrar, já só era vontade disto nos lábios roxos de norte
Até, Yomi!, aconteceres telúrica dentro da tela diária...

De me ronronares labaredas lilás no eterno poente crescente
Rumo à enésima potência de aumentar o meu corpo no teu
E juntas amansarmos o tempo no chocolate de avelã persistente
Onde a chuva era lenta demais para saber o voar ou cair do sumo
Quando cada dia veranil de ir a ti me durava um milénio em museu

Querido crepúsculo ao colo, abrandavas-me no teu exílico anel
De Saturno plural num Vesúvio pairante de avelãs nimbadas
Com libélulas helicópteros púrpura a orbitarem-lhes o mel
Borrifando-me fotografias felinas nas árvores enganchadas
E eu saltava planetas até que as garras provassem o som...

De me contares à boca a essência do teu cosmos morfema:
“Porque todos giramos na obstinação sépia da nossa caída,
Porque fazemos festas ao lenhador por vir de qualquer dilema”
Raptavas-me os poros abertos até saber pulsar o fluir da vida
Yomi, saía borboleta para a faculdade e as tuas patas incessantes
Sempre comigo, souvenir que a minha altura é ser destemida.

(08-12-2016)

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quinta-feira, dezembro 8, 2016 - 02:09

Poesia :

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Fran Silveira

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Muito bom.
No nível que gosto, parabéns.
Você precisa escrever mais...

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