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COMO SE FOSSE UM VENTO …

Já não sobram lugares
para me esconder de mim.

Preciso de encontrar o meu tempo
no tempo que aos tombos anda pelos céus.

Quero voltar atrás de todos os adeus,
recomeçar e despertar a minha caminhada.

Semear a alegria
dos meus passos de criança em solo fértil,

reflorestar os meus olhos
com verde esperança e colher-me homem.

Olhar-me e saber dizer-me.

Quero mergulhar em água fresca
que me sacie a sede de amar no deserto da noite.

Quero voar,
ser um louco sem insanidades,

sentir o corpo como se fosse um vento,
libertar a alma pelos confins de todas as distâncias.

Soltar as emoções como tintas da vida
a pintar-me as razões de ser.

Quero ser do tamanho do mar,
saber quanto o mundo pesa,
possibilitar o impossível.

Amar,
encontrar-me no Eu de alguém,

saborear os paladares de gente desse alguém
que renda a teias da sua felicidade nas minhas sinas.

Quero ser o fogo desse alguém
que habita na paixão das minhas palavras,

esse alguém que a minha voz identifica no silêncio,
que as minhas mãos inventam no horizonte,

o alguém que os meus lábios imparavelmente beijam,
alguém por quem o meu coração impulse imortal.

.
.
.
.

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domingo, março 10, 2013 - 01:13

Poesia :

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Henrique

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