Confissão às estrelas

Lá do céu estrelas cospem centelhas ardentes, na viagem
Da multidão dos astros e observam atentas as ansiedades
Para os sobranceiros montes da terra contrariedades.
Ei-las, o que observam num tom ameno e o que proferem:

- Longe, longe de nós os vossos cânticos e não queremos
Ouvir música das vossas liras altivas liras, contrariedades!
Desfeitas vidas alheias num campo de selvajarias atrocidades
Sois só e tão só vaidades ansiedades na via estagiária feita demos.

E ficaram e ficarão tuas acções lacradas na escuridão comum
Levantar-te-ás ao alto cavalgando como o vento num vai vem
Fruindo a paisagem de tuas entranhas confusas marés que sobem
Lentamente arrastadas por uma meia-lua surgindo de lugar nenhum.

Milhares de ses inventados, são ignorados deitados nos pés dos astros
Pelos castigos obtidos na procura da restauração, teus feitos forjados
E na hora do arrependimento confessarás às estrelas os teus pecados.

Maria Luzia Fronteira

Funchal, 09 de Novembro de 2009