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Corpos
Sinto a carência de corpos,
banidos por Decretos tortos
desse Parlamento dos mortos.
Angustia-me tua ausência,
da qual não passei recibo nem anuência.
Todos os cantos estão vagos
e todos os discursos são gagos.
Da janela avisto o prédio escuro.
No peito vejo o duro medo puro.
Por onde andarás, moça bonita?
Pudores não abafam
essa tristeza que grita.
Que longe é esse,
que não permite sequer
essa saudade de mulher?
Mas insistem que tudo passa.
Tiro a fantasia e recolho a graça.
No baú, esperam-me a solidão e a traça.
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