CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Correndo para o abismo
Correndo pela cidade sem ter a mínima ideia de como parar ou voltar atrás. Foi assim que
começou a minha viagem surpreendente. Não sabia porque corria, mas ia cada vez mais rápido
e com menos tracção. Motos por todo o lado, lixo espalhado pelo chão, e até um tanque de
guerra pairava sobre um quintal, que antes tivera uma bela horta. Chocava com as pessoas que
passavam por mim: o merceeiro da esquina que usava um avental cheio de flores, a peixeira
ambulante, o vendedor de enganos, o profeta das ruas. Mas a velocidade aumentava cada vez
mais. Eu não mandava nos meus membros, nem na minha mente. Estava posto ali para correr sem
saber porquê. Sem ter tempo para parar e beber um café cremoso ou para respirar calmamente
a brisa junto ao miradouro. Corria, corria como nunca correra até então. A boca parecia
secar com sede, mas logo uma chuva copiosa se abateu sobre mim. Da pureza da chuva descobri
o aroma da água (amarga). Passaram muitos quilómetros, muitas avenidas, curvas e esquinas, muitas
pessoas com diferentes sentimentos. Mas ninguém corria como eu. Não era dia de maratona, não
era ladrão a fugir da polícia. Que era então? O futuro foi-se estreitando, o passado foi
pesando, acumulando-se nas falésias dos passos. Tudo terminou num ápice: Um subida íngreme,
duas pernas cansadas, um coração desolado... e uma coragem perdida. O fim da viagem para um
soldado inquieto. Mataste-me com o teu desprezo.
rainbowsky
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 2748 leituras
Add comment
other contents of rainbowsky
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Amizade | (Dedicado) A gota tem duas pontes | 4 | 1.052 | 04/13/2010 - 11:32 | Português | |
Poesia/Acrósticos | (Dedicado) Ao poeta nunomarques | 5 | 1.268 | 05/06/2010 - 20:29 | Português | |
Fotos/ - | 3061 | 0 | 2.139 | 11/23/2010 - 23:53 | Português | |
Fotos/ - | 3203 | 0 | 2.123 | 11/23/2010 - 23:53 | Português | |
Fotos/ - | 3394 | 0 | 2.055 | 11/23/2010 - 23:55 | Português | |
Ministério da Poesia/Intervenção | A aparência | 0 | 1.386 | 11/19/2010 - 18:27 | Português | |
Poesia/Desilusão | A chuva no retrato | 8 | 768 | 03/02/2010 - 19:54 | Português | |
Poesia/Desilusão | A curva melancólica | 7 | 624 | 03/03/2010 - 18:49 | Português | |
Ministério da Poesia/Meditação | A dança da lua | 0 | 1.576 | 11/19/2010 - 18:27 | Português | |
Poesia/Tristeza | A dimensão | 1 | 2.984 | 10/27/2011 - 20:31 | Português | |
Poesia/Geral | A escada | 6 | 823 | 02/27/2010 - 21:18 | Português | |
Poesia/Pensamentos | A estrada íngreme | 1 | 945 | 09/01/2010 - 00:43 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | A flor e a bruma no espelho | 0 | 1.461 | 11/19/2010 - 18:27 | Português | |
Poesia/Tristeza | A flutuação do silêncio | 2 | 858 | 05/09/2010 - 14:49 | Português | |
Poesia/Tristeza | A impossibilidade | 3 | 943 | 12/31/2010 - 12:57 | Português | |
Poesia/Amor | A impressora | 2 | 1.042 | 06/18/2010 - 07:18 | Português | |
Poesia/Tristeza | A luz | 0 | 823 | 12/28/2010 - 02:48 | Português | |
Poesia/Dedicado | A Ministra Librisscriptaest | 3 | 650 | 06/15/2010 - 20:59 | Português | |
Poesia/Meditação | A noz oculta | 3 | 1.158 | 02/23/2010 - 17:46 | Português | |
Poesia/Meditação | A ovelhinha negra | 4 | 812 | 03/11/2010 - 11:17 | Português | |
Ministério da Poesia/Amor | A poesia | 0 | 2.010 | 11/19/2010 - 18:27 | Português | |
Poesia/Desilusão | A razão | 9 | 568 | 03/01/2010 - 21:39 | Português | |
Poesia/Desilusão | A tesoura corta o SIM... | 3 | 914 | 04/06/2010 - 16:34 | Português | |
Poesia/Tristeza | A última lágrima | 1 | 634 | 12/27/2010 - 22:42 | Português | |
Poesia/Tristeza | A verdade chega | 3 | 2.757 | 11/01/2011 - 13:29 | Português |
Comentários
Correndo sem olhar correndo
Correndo sem olhar
correndo sem destino
e caindo...
batendo aqui e ali nas esquinas da vida.
Fugindo das lembranças do passado
Encalhado no presente, que aos teus pés se abre.
A dor do amor desprezado.
Tinha tantas saudades tuas!
De te ler..
Beijos
Rainbowsky
Excelente prosa poética.
Beijo
Nanda