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Corrente alterna
anjos de deus tende cuidado,
vós juízes tende cuidado,
bem nascidos muito cuidado,
com os por vós rejeitados,
eu já não receio nada
Ian Curtis…15-07-1956 / 18-05-1980
A noite é uma pátria fria a guardar segredos em sentido.
Amanhece vagamente a amargar silêncios das coisas que não se dizem…
Por aí ás escondidas meia-morta e minguante a lua cega os hemisférios.
Tenho uma cinza paciente a fumar estações de metro onde incensa a brevidade.
O palco da cidade, são minutos itinerantes no relógio da indiferença…
Eu vou.
Atravesso as alamedas num monocórdico consentimento hipócrita e homicida.
Tenho os olhos minguantes que me cega os horizontes, dos hemisférios da pobreza.
Assim, tantos…
Perdidos nos arco-íris, onde o sorriso sorumbático, são avulsos de evasão no baile dos bombeiros e nas festas da paróquia…
Na valsa dos deserdados o passo fúnebre da fome arrasta a música num eco abandonado e sem abrigo.
Logo a caridade…prostituta social que se aclama em sopas quentes…
A harmonizar abandonos com retalhos de mantas velhas misericordiosas, que só a morte.
Ali a caça exposta aos olhos sensacionais, abrem notícias de desgraça a amargar silêncios, das coisas que não se dizem…
E o mas…
E o credo…
E a graça de deus…
E as igrejas caiadas pejadas de anticristos.
“há cavalos enforcados
Em espias de nevoeiro
Pelos campos destruídos…
A tavola dos encantados,
á mesa doze sentados
conspiram a aparição
dos messias prometidos”
A noite é uma pátria fria a guardar segredos em sentido…
Os parasitas inconstantes, riem como hienas ébrias ás horas da discoteca.
O Direito e a liberdade são vodkas perfumadas de pólen apodrecido.
Néons enfeitiçados, jovens de pechisbeque, ridículos, impressionados com o baile da burguesia.
Táxis apressados a pisarem quartos de hora ácidos como delirio.
Imberbe consciência, escrava do capital na provincia da existência.
Tenho uma cinza paciente a fumar estações de metro onde incensa a brevidade…
Hoje passaste num andrajo de filme em câmara lenta, á frente do meu cigarro.
Tinhas lama nos sapatos e na saia o orvalho da metrópole entristecida.
Sentaste ao meu lado como cartão de visita dos pobres da cidade…
Pinteo em mim o arco-íris, a estação ficou vazia ali ás sete da manhã…
Não te quis em caridade, nem desejo, nem vaidade, nem penas de defunto…
“Madrugadas breves
Onde defronto o sonho
Ora leve ora medonho
Noite de seda agrilhoada
Numa vigila senil
A janela fechada.
Breve cidade
Edifício quieto
Num sono indiscreto
Sombras de alvorada”
Porque nasce em ti o peito, que não se cega com a lua,
e diz a noite sem segredos…
Agarro na tua mão, já não és uma ilusão…
Beijo todos os teus medos.
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Comentários
Re: Corrente alterna
Obrigado por nos oferecer mais um belo texto poético.
Aliás, são todos como eu gostaria de poder saber escrever, sobre as coisas do dia a dia citadino,parecendo tão fácil para quem tem veias de artista, com o sangue da sua tinta, transformando-a na beleza que é a obra da sua alma.
Sincero abraço deste seu fã.
Vitor.
Re: Corrente alterna
Parabéns pelo belo poema.
Um abraço,
Roberto
Re: Corrente alterna
LINDÍSSIMO POEMA, GOSTEI, EMBORA MUITO TRISTE, MAS REALISTA!
Meus parabéns,
Marne