DÁ-ME A TUA MÃO

Emerge das águas azuis
nos teus tons de pele
mantém-te a tona
como barquinho de papel.

Dá-me um abraço
bem apertado
cruza os teu lábios nos meus
num beijo molhado.

Segue-me onde for
neste céu de metal
abraça-me a mão
juro... não te farei mal.

Perde-te no teu corpo
encontra-te no meu
liberta-me a alma
como papagaio no céu.

Esconde-te comigo
numa praia inventada
num jardim encontrado
numa casa sem morada.

Vou pintar um coração
em tons de luar
num lugar do horizonte
onde ninguém possa chegar.

Seremos os dois
no abraço que repousa
numa praia so nossa
escrita nas ondas de quem ousa.

Dá-me o abraço
que dure eternamente
dá-me o teu corpo
do meu sempre ausente.

Veste-te de menina
com os sonhos pensados
vamos sonha-los
em corpos abraçados.

Vou criar uma canção
nas cordas desta guitarra
vou toca-la com o sangue
que foge da mão que te agarra.