Dança dos Insones

Vamos ambos
Como sonâmbulos
dançar ao ritmo do improvável

sob o devaneio maleável
mostra-se a virtude sublime
e o monstro não se reprime

Essência, ò intocável!
a realidade se faz de palco
mas se desfazem as cortinas

que mantem as nossas separadas

desprovidos de nossas formas
Deixai que minha virtude
conheça tua virtuosidade

e que nossos monstros
se destruam por si mesmos
em sua própria monstruosidade

Como sonâmbulos, dancemos
não sejamos nós
os muitos desfalecidos

sobre seus próprios corpos,
corrompidos
e seus membros caídos
ao chão humidecido