CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Digo..!
O tempo, marcam-no a erosão do corpo e o crescimento da alma.
Corpo e alma... O casamento mágico que torna possível o "ser".
Do corpo vos digo,
é ponto de referência e abrigo de entidade transcendente que se afirma ao mundo;
é extensão do "eu" irrepetível;
microscópica partícula;
centelha de vida regurgitada pelo difuso energético de que se compõe essa força viva que se sente mais do que se vê
...governante do mundo e de todas as coisas, de nome
Universo (?),
Absoluto(?),
Ente Primordial (?),
Deus (?)...
será que importa o nome?
Já da alma vos conto...
é esse "ser" que sabemos que é
e que vence sobre o tempo.
Enorme vasilha que se enche e enche sem envelhecer.
Não a vemos, nem tão pouco sabemos que existe,
se existe,
para além do corpo que habita e preenche de silêncios e cúmplices particularidades
em fusão perene donde resulta a identidade.
O tempo parece correr, mas não corre.
Não poderia correr.
Ele é um espaço contínuo e linear;
longo caminho...
talvez eterno,
por onde desfila a existência.
O caminhante que o percorre - eu, tu, nós
... vestido de um mundo próprio por onde desfilam peripécias de um espectáculo designado vida,
anda, anda e anda.
Anda sempre, até se cansarem as suas pernas,
até o seu coração parar;
até se esgotar pelo uso e pelo gasto,
o corpo por onde corre a energia que o move.
Chamamos-lhe tempo, a esse espaço de caminhada.
Mas não é.
O tempo é a estrada que percorremos até nos cansarmos.
A caminhada é o pavio que se consome
dessa chama que eclodiu
e se transformou em nós.
São,
o imenso mar, o universo, as galáxias,
o dia e a noite
...esse intenso brilho que nos enche de sonhos,
que movem o caminhante.
Caminha, exultante no encalço de um porto que não existe. Venera o sol que o aquece e o sal que o tempera
e navega a caminho do engodo da luz que não vê,
mas esperançadamente teima saber existir.
Na sua soberba,
queixa-se da lentidão das noites,
quando, neste caminho que percorre,
pouco falta afinal que se dê conta,
que estas sobre si passam já,
com a inusitada velocidade de um abrir e fechar de olhos.
Cobre então de injúrias o mundo,
lamenta com raiva a sorte,
clama bem alto enternecedoras súplicas,
sem saber que, para ele,
a justiça já se fez.
Despeço-me amigo, pedindo que não te esqueças desta verdade: O essencial da vela que arde
não é a cera derretida que permanece como testemunho de si,
mas a luz que irradia da chama que a consome.
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1740 leituras
Add comment
other contents of miguelmancellos
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Geral | Iliusão de Mim | 0 | 642 | 02/27/2011 - 01:09 | Português | |
Prosas/Pensamentos | Há Magia no Ar. | 0 | 961 | 02/27/2011 - 00:56 | Português | |
Poesia/Fantasia | Doce Sonho, Profundo Mistério | 1 | 882 | 02/27/2011 - 00:46 | Português | |
Prosas/Pensamentos | Perspectiva ou Entendimento | 0 | 939 | 02/27/2011 - 00:30 | Português | |
Prosas/Pensamentos | Numa hora de esplanada | 0 | 858 | 02/27/2011 - 00:03 | Português | |
Poesia/Geral | Dois em Um | 1 | 677 | 02/26/2011 - 18:22 | Português | |
Poesia/Geral | Ignorância | 1 | 454 | 02/20/2011 - 00:07 | Português | |
Poesia/Geral | morto vivo? Não!!! | 1 | 377 | 02/19/2011 - 20:46 | Português | |
Poesia/Geral | Do Nada à Totalidade | 2 | 740 | 02/19/2011 - 17:10 | Português | |
Poesia/Geral | O voo | 1 | 433 | 02/16/2011 - 18:36 | Português | |
Poesia/Geral | vida efémera | 1 | 442 | 02/16/2011 - 16:59 | Português | |
Poesia/Geral | A Nós, Pequenos Deuses | 1 | 735 | 02/16/2011 - 12:44 | Português | |
Poesia/Geral | Poesia | 2 | 509 | 02/15/2011 - 20:20 | Português | |
Poesia/Geral | Carta à Alma, minha amiga | 2 | 851 | 02/15/2011 - 00:47 | Português | |
Poesia/Geral | Não há palavras | 1 | 409 | 02/13/2011 - 22:55 | Português | |
Poesia/Geral | Subentendida equação | 2 | 606 | 02/13/2011 - 21:35 | Português | |
Poesia/Geral | Desilusão | 3 | 583 | 02/12/2011 - 12:06 | Português | |
Poesia/Geral | Ilusões | 3 | 425 | 02/12/2011 - 12:00 | Português | |
Poesia/Geral | Silêncio | 1 | 320 | 02/12/2011 - 09:41 | Português | |
Poesia/Geral | Tempo meu | 2 | 428 | 02/11/2011 - 19:23 | Português | |
Poesia/Aforismo | A força do pensamento | 4 | 346 | 02/11/2011 - 02:41 | Português | |
Poesia/Geral | União Primordial | 1 | 621 | 02/11/2011 - 02:39 | Português | |
Poesia/Amor | Da paixão e do amor | 1 | 689 | 02/11/2011 - 02:22 | Português | |
Poesia/Geral | Só sou o que suponho ser | 0 | 564 | 02/11/2011 - 02:00 | Português | |
Poesia/Geral | Sobre tudo e sobre nada. | 0 | 858 | 02/07/2011 - 22:32 | Português |
Comentários
Uma extensa e profícua
Uma extensa e profícua dissertação, um olhar perspicaz e comprometidamente poético.Um acto de amor à vida e á escrita.
Digo..!
LINDO TEXTO, GOSTEI MUITO!
Meus parabéns,
MarneDulinski