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Escrito na Água

I
Recordo-me das noites em branco
Em que teu amor tanto desejei.
Recordo-me da tua alma de santo
E das lágrimas que por ti chorei.

Recordo-me de ti, no entanto,
Além das noites que por ti velei,
Só recordo o mais triste pranto
Que por alguém, alguma vez eu dei.

Lembro-me de tudo o que prometi,
Dos sacrifícios que fiz por ti.
Recordo-me de tudo, de tudo…

Eu lembro-me de tudo, contudo
Vejo que o que disse foi magoa,
Tristes palavras escritas na água.

II
E ‘scritas na água, perderam-se
No abismo do mar mais profundo.
Agora que elas afogaram-se
Vivo eu como um vil vagabundo,

Sem rumo ou caminho no mundo.
As palavras não salvaram-se…
Mas o sentimento é fecundo
E as palavras recuperaram-se.

Escrevo-as agora na areia,
Mas a onda que nela s’ enrola,
Faz delas o canto da sereia,

Aquele que perde os já perdidos.
E é neste vil canto de vitrola
Que escrevo os sonhos nunca vividos.

III
Neles inscrevo minha paixão.
Faço uma cantiga que é cantada
Pela sereia. Mas a canção
Nunca, por ninguém, é escutada!

É que ela é fruto do coração
E é dele a lágrima chorada.
Perdi-me sem ter salvação…
- Não passo duma alma penada!

Perco-me nas passadas lembranças
Do tempo em que pedi mudanças
P’ra minha vida. Vivo com medo

E com saudade, no meu degredo,
Vejo que o que disse foi magoa,
Tristes palavras escritas na água.

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sábado, março 26, 2011 - 00:56

Poesia :

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gaudella

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