Existência terrena

Olho subitamente para mim
E deparo com uma alma sem fé,
Um coração sem amor;
Apenas vejo um espírito que vagueia pelo mundo,
Sem ritmo,
Sem nada que o coloque entre o mundo dos ditos mortais,
Que amam e odeiam,
Que riem e choram,
Por entre a lama que se forma
Através da sua existência terrena,
Repleta de coisas que eu próprio desprezo.
Continuo a olhar
Sem nada conseguir ver,
Sem nada conseguir encontrar.
É uma existência triste a do meu ser,
Que tenta arrastar-se
No meio desta selva de animais,
Que vegetam como eu,
Mas que têm a ilusão de que vivem ainda.