Flores num vaso com álcool

^{A um anjo de olhos claros, Jéssica Layane}

–Parte I–
Não venha a chorar crendo que eu sou mau
Caso a chorar venhas: muito mais mal,
Acredite-me, eu tenho me sentido;
Ainda que a doses bem mais poucas
Diante da forma no mínimo louca
Como a vida transbordas sem sentido...

Diga-me: consegues ver dedos quantos?
Afogas o encanto ou com desencantos
Se afogas? Diga: achas quantos amigos
E de qual valor no fundo das garrafas
Caras tantas dentre estas tantas farras
Nas quais farras tal num meu castigo?

Conte o que eu já maldisse sobre ti e
Quantas vezes: quantos dedos há aqui?!
Pois por ti a tristeza que me assoma
Alguma hora, com uma precisão
Feito em se mostrar tua satisfação,
Há de por todo o meu amor por ti em coma.

Que não mais falas como minha amiga
Já soube, como se quem só castiga
Eu fosse; que comigo não se importa
Mais tal não se importas com mais ninguém,
Como se eu não te quisesse só o bem
Ou para mim estivesse bem morta.

Tomaste-me, eu que evitar a desgraça
Quero, tal toma quem lhe tomou a taça
Um alcoólico vomitado e imundo
Que prestes a se desequilibrar
Promete a quem ri da sua cara voar
– A uma amargura de litro sem fundo...
^{26 de setembro de 2012  –  22h 20min
João Pessoa  -  Paraíba  -  Brasil}

Adolfo J. de Lima