CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
FOTOGRAFIA
Prédios crescem
Como cogumelos, por entre a floresta
De fábricas.
Aviões que passam,
Levando desconhecidos.
E as poucas árvores,
São de um verde envergonhado.
Novas pontes
De cimento-armado,
Têm gruas gigantescas,
A observá-las.
E o Tejo vai correndo,
Vestindo manto azul, a lama.
Cristais de vidro,
Emitem sinais de presença –
Se lhes bate o sol;
Diversos sons,
Fazem-se anunciar –
Se o vento é de feição;
E há pardais
Esquecidos, nos andaimes.
Cruzam-se comboios,
E janelas de escritório.
E o riso escarninho,
O suor e os cigarros
De perfume barato, saem
P’rá rua, pelas condutas
Do ar, condicionado.
Entretanto lá fora,
O operário
Continua erguendo prédios,
Novas pontes,
E um Tejo adormecido,
Persiste no correr.
Cai a noite.
E o espectro das árvores
E das gigantescas gruas,
Deixam perceber melhor
O chilrear dos pardais,
Brincando nos andaimes.
Cruzam-se comboios, e pessoas,
Ironias,
Suor e cigarros
Embebidos de perfume,
No seu regresso a casa.
Está frio.
E os espasmos do motor,
Ao ser desligado, fazem
Vibrar o frágil metal
Das condutas, do ar condicionado.
Extinguem-se as últimas luzes
Tremeluzentes,
Dos escritórios...
E as janelas,
São como olhos vazios
De mosca.
Corro a persiana.
E enquanto escrevo
Este poema,
No sossego do meu quarto,
Lá fora as fábricas
Sabem-se ali,
E o cristal do vidro, no cair
Nos silos, faz-se anunciar –
Se o vento está de feição.
Deito-me.
E deixo-me embalar,
Num silêncio de ruídos conhecidos.
Regressam os aviões...
In Fotogravuras I
Jorge Humberto
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 850 leituras
other contents of Jorge Humberto
| Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post |
Língua | |
|---|---|---|---|---|---|---|
| Poesia/Amor | A CANÇÃO QUE TE FIZ | 2 | 1.512 | 01/25/2012 - 11:30 | Português | |
| Poesia/Geral | ONDE ANTES HAVIA TERRA | 4 | 1.696 | 01/24/2012 - 18:35 | Português | |
| Poesia/Geral | TIPO ASSIM | 0 | 1.496 | 01/24/2012 - 13:00 | Português | |
| Poesia/Geral | Cidade Submersa | 0 | 1.238 | 01/24/2012 - 11:58 | Português | |
| Poesia/Meditação | Cântico Triunfal | 1 | 1.149 | 01/24/2012 - 10:39 | Português | |
| Prosas/Pensamentos | Horizontes Paralelos | 0 | 1.625 | 01/23/2012 - 11:53 | Português | |
| Poesia/Pensamentos | É PRECISO PARAR PARA PENSAR | 0 | 2.005 | 01/23/2012 - 11:46 | Português | |
| Poesia/Alegria | A CADA NOVA MANHÃ | 4 | 1.455 | 01/23/2012 - 11:05 | Português | |
| Poesia/Geral | A VERDADE DAS COISAS | 0 | 1.361 | 01/22/2012 - 11:25 | Português | |
| Poesia/Amor | A TI FLOR | 0 | 1.121 | 01/22/2012 - 11:17 | Português | |
| Poesia/Geral | A SEMENTINHA | 0 | 1.723 | 01/21/2012 - 13:12 | Português | |
| Poesia/Amor | A NOSSA ENTREGA | 0 | 1.201 | 01/21/2012 - 13:06 | Português | |
| Poesia/Pensamentos | A IMPORTÂNCIA DA PALAVRA | 2 | 1.232 | 01/20/2012 - 17:40 | Português | |
| Poesia/Geral | MOMENTO | 0 | 1.605 | 01/20/2012 - 14:40 | Português | |
| Poesia/Meditação | NA VOZ LIVRE DO POEMA | 0 | 1.196 | 01/20/2012 - 14:36 | Português | |
| Poesia/Geral | A ALEGRIA DE NOS LIBERTARMOS | 0 | 1.729 | 01/19/2012 - 13:12 | Português | |
| Poesia/Pensamentos | SER OU NÃO SER… | 0 | 1.203 | 01/19/2012 - 12:07 | Português | |
| Poesia/Geral | Derrubo Muros... | 0 | 1.454 | 01/18/2012 - 13:58 | Português | |
| Poesia/Geral | DE MIM ME PERDI | 0 | 1.351 | 01/18/2012 - 13:45 | Português | |
| Poesia/Geral | CÍRCULO VICIOSO | 0 | 988 | 01/18/2012 - 11:43 | Português | |
| Poesia/Geral | MEUS PEDAÇOS | 0 | 1.396 | 01/17/2012 - 15:04 | Português | |
| Poesia/Geral | Enfim… um poema | 0 | 1.403 | 01/17/2012 - 13:51 | Português |






Add comment