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Gentileza
	Numa cidade de interior pouco se vê a solidariedade aflorada
	Ou não se mostra o que temos feito
	Esta sociedade que se mostra enraivada
	Só com mascara e defeito
	Outrora quando voltava do trabalho pra casa
	Encarava minha rotina diária me vi dentro de um ônibus circular
	Pagava minha passagem e sentava-me logo, num banco do centro
	Ali indisposto após o almoço mal havia o que fazer o caminho eu olhava Admirava a mesma paisagem, as mesmas pessoas o mesmo ar
	Os viajantes daquele veículo paralelamente não paravam de falar
	Os que são isentos e sentavam-se nos primeiros bancos comentavam do passado
	Do progresso, da digitalização
	Os que vinham da escola, uniformizados
	Cantavam uma estranha canção
	Amontoavam-se junto aos que ali se encontravam
	E se posicionavam no final do corredor
	Peguei aquela normal condução no centro da cidade
	Era o que cinco vezes na semana eu fazia
	Era minha rotina, a minha realidade
	Nada na mão, apenas um livro eu trazia
	O que via era sempre as mesmas pessoas
	Os mesmos trabalhadores, as mesmas crianças
	Tudo era comum
	Sentia-me parte de um grupo, que se encontrava sem destino algum
	Eram assim todos os dias
	Aos poucos saltavam os cidadãos
	Outros, porém, logo após tomavam os seus lugares
	O dia ensolarado preenchido com pessoas de todos os ares
	Mas algo me esperava naquele dia que parecia normal
	Uma nova lição eu perderia se mudasse meu trajeto
	Pela fidelidade à rotina pude ver uma cidade diferente
	O real significado da palavra gentileza pude aprender finalmente
	Vestindo trajes sujos e poucos cuidados
	Calçando chinelos velhos e os olhos já cansados
	Uma criança pede ao motorista: “Pare, por favor, não quero um trocado!
	Gostaria de um espaço, que o senhor me leve pra casa.”
	Ignorante e rude, ou talvez apenas cumprindo seu trabalho
	Ele, todo imponente levanta a voz e o manda se afastar
	O menino sem reação obedece e sai a chorar
	O ônibus começa a se movimentar
	Quando escuta-se uma voz de repente
	“Pare agora!”
	Cessa todo o barulho imediatamente
	E escuta-se uma voz tremula lá do fundo
	“Deixe ir lá fora, me aguarde, levo apenas um segundo.”
	E um homem se levanta e salta
	“Quero que você venha comigo pobre menino
	Hoje irá pra casa comigo
	Serei seu mais novo amigo.”
	Sem entender o garoto só sabia agradecer e chorar
	Em fração de segundos ele já argumentava
	“Não posso ir sozinho
	Tenho que cuidar da minha pobre avó,
	Já não consigo mais carregá-la, tenho fome
	Estou cansado e essa dor me consome!”
	O cidadão logo se sensibiliza
	Toma a avó e menino pelas mãos e pede
	“Abram caminho.
	Agora eles irão conosco e nada mais os impedirão!”
	O homem ainda completa dizendo: “Cale-se! Eles estão comigo!”
	O motorista todo irritado por ter perdido seu tempo já esbraveja:
	“Mas eles não podem pagar por este serviço, parceiro!”
	E da sua carteira tira o referido dinheiro
	Permanecendo em silencio o ônibus continua a seguir
	O senhor chega ao seu destino e se despede a sorrir
	Deixa um “Boa tarde” ao motorista
	E um caloroso “Fiquem com Deus” a aquela família
	Ele se vai, mas o exemplo vi ficar marcado
	Por cada ato que não ficou apenas em pensamento
	Por ter deixado aquele recado
	Naquele dia a vida daquele homem mudou
	Não só a dele, mas de quem parou e o acompanhou
	O menino e sua avó um gesto de carinho ganharam
	Um pouco de atenção e cuidados era o que esperavam
	Eu e meus companheiros de viajem ganhamos uma nobre aula
	Não foi preciso abdicar de tempo nem espaço para ajudar alguém
	Aquele homem fez tudo aquilo sem questionar o porquê, ou se quer um porém!
	Os trabalhadores daquele veículo jamais serão os mesmos
	Não se tratava de sutileza
	O que precisávamos naquele dia era um pouco de gentileza
	Hoje relato aquilo que presenciei, tudo que vivi
	Um exemplo maravilhoso de mudança
	Pra esta sociedade insana ainda tem esperança
	Foi um exemplo mostrado por um jovem senhor, uma nobre senhora e uma cansada criança
	Não é preciso fazer todo um projeto
	Ajudar o próximo é questão de solidariedade, com uma dose de afeto
	Naquele dia aprendi uma verdadeira lição
	Que não poderia descrever, só guardar no coração
	Um menino, uma senhora, uma platéia, um honrado senhor
	Um gesto simples, uma atitude reta, um caráter admirável
	Um ser humano que não se pensava em utopia
	Só fazia o que era pra ser feito e sorria
	E tudo isso aconteceu em questão de minutos
	Coisa do destino, os que se encontravam ali abraçavam sua própria sina
	Quando depois de um dia de trabalho cada um cumpria sua estimada rotina
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