CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
História esquimó da criação
Era uma vez um velho esquimó que se chamava eternidade, um dia estava ele dormindo e tinha um sonho em que chorava convulsivamente. No dia seguinte quando acordou nas suas mãos corria um fio de água, ele soprou nos dedos e nasceu um profundo rio. Eternidade sentiu que o rio se sentia sózinho, então abriu a boca e sobre aquelas águas cairam diferentes espécies de peixes que dançando no corpo do rio projectavam uma luz para o espaço e de repente se criava o céu, as estrelas, o sol, a lua, as nuvens. Eternidade beijou-as e logo se transformavam em chuva, eternidade pegou nalgumas gotas e pensou fazer o homem, com as gotas fez os olhos, depois olhou dentro daqueles olhos e sentiu que neles faltava poesia, pegou numa gota que havia dentro dos olhos atirou-a para o chão e nasceu uma árvore. Eternidade pensou: - Vou cortar um pouco da sua madeira e fazer uma escultura e fez a mulher. Perguntou eternidade aquela mulher se ela lhe podia dar o sorriso dos seus lábios para completar o homem. De repente eternidade tinha uma duvida. Devo criar uma criatura alegre ou uma criatura triste? Estava ele com estes pensamentos quando começou afazer movimentos com os braços e viu ele um animal que rastejava. Serpente que era o nome do bicho quando esta enfiava a cabeça na terra isso era a tristeza do homem, quando levantava a cabeça para o céu isso era a tristeza dele, contudo eternidade sentia que faltava algo, olhou o sol e pediu-lhe um pouco de fogo e levou esse fogo para dentro do homem que começava a sentir-se estranho, assim feliz e triste, parece que nele despertava um sentimento que agora conhecemos como paixão. O homem olhou eternidade e olhou a mulher e perguntou com a linguagem do silêncio como poderia expressar aquela sua emoção? Eternidade pegou na raiz da árvore com que esculpira a mulher e colocou aquela raiz na garganta do homem e logo estava ele possuido pelo dom da palavra. A mulher chegou perto dele e bebeu um pouco do som dos lábios do homem e tinha dentro dela uma palavra que não era do homem, nem era de outro bicho qualquer, nem era dentro das flores e era no entanto uma palavra universal. A mulher soletrou como se entoasse uma musica a palavra amor.
Eternidade o esquimó da criação que muitos julgam que não dorme pediu ao homem que lhe contasse uma história para adormecer um Deus. O homem mais uma vez pediu a eternidade que olhasse dentro dos seus olhos e eternidade escutou o vento que sabia histórias de pastores e de guerreiros e sabia todo o mistério que havia nas palavras do homem e com o frio das palavras dele criou um continente. Eternidade olhou aquele lugar e disse: vou cantar para me aquecer e logo ao lado tinha outro continente quente e selvagem e eternidade estava aprendendo que um Deus não sabe tudo, ele estava descobrindo coisas sobre geografia. Virou a sua cabeça para a direita e era dia ou voltava a sua cabeça para a esquerda e era noite.
Eternidade caminhou em direcção á água do rio, deitou-se sobre as suas águas e na margem estavam o homem e a mulher, depois chegaram outros homens e outras mulheres, chegaram outros contadores de histórias tão bons que fazem adormecer a criação, que até eternidade se esquece das coisas que criou.
lobo
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1447 leituras
Add comment
other contents of lobo
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Dedicado | O noite vem vestir o povo | 0 | 1.264 | 07/11/2011 - 08:21 | Português | |
Poesia/Geral | A noite é uma mosca | 0 | 827 | 07/10/2011 - 08:50 | Português | |
Poesia/Dedicado | Estás dentro do poço | 1 | 1.175 | 07/09/2011 - 17:18 | Português | |
Poesia/Amor | Anda não fiques ai | 0 | 1.302 | 07/08/2011 - 08:00 | Português | |
Poesia/Geral | De que amarga água | 1 | 939 | 07/07/2011 - 02:55 | Português | |
Poesia/Dedicado | Os bichos e as pessoas | 0 | 1.528 | 07/05/2011 - 10:28 | Português | |
Poesia/Dedicado | Escrevem na pele com tinta limão | 0 | 1.202 | 07/04/2011 - 13:31 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Como se faz para levantar o corpo | 0 | 1.215 | 07/03/2011 - 14:18 | Português | |
Poesia/Geral | A morte da mulher do dono do hotel | 0 | 1.136 | 07/03/2011 - 12:59 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Os dias marcados no corpo | 0 | 1.341 | 07/02/2011 - 22:15 | Português | |
Poesia/Amor | Fim | 1 | 969 | 07/01/2011 - 22:48 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Vamos juntar palavras | 1 | 769 | 07/01/2011 - 17:07 | Português | |
Poesia/Amor | O amor se escondeu | 0 | 824 | 07/01/2011 - 09:16 | Português | |
Poesia/Dedicado | Volto no mar | 0 | 1.113 | 06/30/2011 - 08:44 | Português | |
Poesia/Pensamentos | A lembrança é uma faca | 2 | 660 | 06/29/2011 - 23:58 | Português | |
Poesia/Geral | Os barcos que se perdem dos rios | 0 | 1.196 | 06/27/2011 - 17:21 | Português | |
Poesia/Aforismo | O fogodas mãos | 0 | 1.261 | 06/26/2011 - 20:35 | Português | |
Poesia/Amor | Vou virar essa carta pra ti | 0 | 701 | 06/26/2011 - 13:32 | Português | |
Poesia/Poetrix | A transparencia ou o outro modo de criar um pacto | 0 | 725 | 06/26/2011 - 09:09 | Português | |
Poesia/Geral | Vou-te contar menino | 1 | 1.082 | 06/25/2011 - 17:45 | Português | |
Poesia/Erótico | Como era aquele movimento | 0 | 995 | 06/24/2011 - 22:09 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Vou sacar um cigarro | 0 | 1.116 | 06/24/2011 - 19:51 | Português | |
Poesia/Fantasia | Quando se prova a folha da coca | 0 | 2.189 | 06/24/2011 - 16:12 | Português | |
Poesia/Geral | As lagartas andam no deserto | 0 | 1.332 | 06/24/2011 - 14:51 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Como me soubesse a triste | 1 | 1.503 | 06/24/2011 - 09:32 | Português |
Comentários
Re: História esquimó da criação
Eternidade caminhou em direcção á água do rio, deitou-se sobre as suas águas e na margem estavam o homem e a mulher, depois chegaram outros homens e outras mulheres, chegaram outros contadores de histórias tão bons que fazem adormecer a criação, que até eternidade se esquece das coisas que criou.
Gostei da história, espero que a eternidade não se esqueça de nós!!!
:-)