Horas em Jaspe

Chega-se à hora:
naus partem aos seus destinos
e as ilusões de outrora, deitam-se ao mar,
onde ninfas brancas reinam ao vento
- expressão maior do teu ser
e que me envolve em dança rítmica.
Lúdica, sou santa egipcíaca;
demoníaca, lembrança oculta;
hermética, presença cíclica;
enigmática, prendo-me à volúpia (do teu sorriso).
Libertina, falta-me o tato, do teu corpo que não fora,
ardendo-me a pele crua e tingindo-me as noites
com um negro jaspe, que bem traduz a tua ausência:
em vento e mar;
em velas e naus;
em santas e ninfas;
em pelos e negros;
em ciclos e enigmas;
em sal e luar. (Ana Patricia Maximo)