Imaturo Silêncio

Começo escorraçada sem tentares sequer entender.
Lanças essas palavras como se se tratassem de tiros ao pecador
Penetrando injustiças pela pele dentro.
Caio. Caio com tanta coisa severa
No imaturo silêncio.

Gota a gota
Marca-me o rosto dorido,
Doiem-me os olhos inchados
E o coração fica sobre aperto.

Não há mais mentiras então.
Findam os sons articulados e significativos
E deixa-se as marcas das promessas de amor.
Num apertar do espaço que fica agora vazio
O coração chora.
Chora alto e faz-me sentir as veias enfraquecidas.
Tombam-me os braços e inundam-se os olhos.

Sinto-me perdida sim,
Num momento que já não é mais meu.
Não vale a amargura que faz dor de cabeça à noite,
Pois dei mais empenho do que quem me põe o coração sem respirar.

Já resta saudade, já se revelou o desespero
Mas o alívio será bem vindo, assim como, ansiado.
Fogem os sorrisos e fere-se a alma.

Dizem que esse tempo que nos é inevitável cura tudo,
Assim o espero, mas como tudo leva-se com esforço
Tb a paz será construída com lida.