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MARIA DA FONTE
Maria da Fonte
Para onde vais Maria da Fonte assim tão ligeira?
Vou à fonte buscar água para apagar a minha fogueira,
Que trago dentro de mim como se fosse uma dor,
Mas é uma dor que não dói, são sinais de amor.
Ó Maria da Fonte, essa fogueira não se apaga com água,
Pois essa dor não é dor, só tu sentes, deve ser mágoa.
Mágoa não é, certamente, é uma necessidade imensa,
Que o meu corpo pede e é cada vez mais intensa.
Eu posso ser o teu remédio, tenho a água que tu pedes,
Para apagar esse fogo que arde dentro de ti e ninguém vê.
Olha para mim e diz – me se eu sou do teu agrado ou não,
Que pode servir esse teu corpo ou o teu coração.
Há tanto tempo que nos encontramos todos os dias a esta hora,
Não tenho olhado para ti, mas faço – o com prazer mesmo agora.
E então Maria da Fonte, o que sentes agora que olhas para mim?
Então porque não respondes e ficas com esse teu olhar assim?
A minha fogueira arde ainda mais agora que olho para ti,
Temos passado um pelo outro e parece que nunca te vi,
Como pode acontecer deixar passar o amor sem o olhar?
Ainda estamos a tempo, vamos essa tua fogueira apagar.
Ai Maria da Fonte, a tua fogueira também em mim arde,
Sinto que para apagar uma fogueira feita amor nunca é tarde,
Pelo milagre do amor essa fogueira vai afagar o teu peito,
Que nós vamos fazer os dois no teu próprio leito.
Finalmente a minha fogueira do meu desejo me deleita,
Graças a ti meu amor sem ti eu já me sinto satisfeita,
O meu coração já sente o amor ardeu e já acalmou,
Mas o meu grande prazer ainda agora começou.
Tavira, 18 de Fevereiro de 2010 - Estêvão
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