Meditando sobre a Liberdade.

Gosto de sentar-me em solitude, olhar o céu, imaginar formas nas nuvens. No canto dos pássaros sinto leveza, vê-los alçar vôo faz-me refletir como é bela a liberdade, ser dono de seus horizontes, buscar maviosamente o encantamento da vida.
Várias vezes (e hoje mesmo), sou visitada por esses pequeninos seres, pombas - rolas - há muitos em meu pátio- costumo jogar migalhinhas de pão e regozijo-me ao vê-los moverem-se em seu andar gracioso, tímidos, porém, olhar perspicaz. Beija-flores também estão na lista dos meus ilustres visitantes, perfeições da natureza. Entram, sabem que não necessitam pedir licença, os seguro na palma das mãos, acaricio-os, suavemente num sussurro confidencial digo-lhes que os amo muito e parecem sorrir-me, devolvo-os à natureza, num segundo alçam vôo para nunca mais vê-los, se os vejo, não saberia distingui-los entre tantos outros pássaros ávidos por liberdade.
Os pássaros usufruem da liberdade estão sempre atentos a todos os movimentos externos, são livres porque sabem o valor da liberdade.
Daqui onde estou sempre ouço uma voz de criança a dizer “Vou contar tudo pra minha mamãe”. Ah! As mamães, sempre as mamães, alicerces de nossas vidas, porto seguro em noites que somos assombrados pelo “bicho-papão”, que está escondido –quem sabe- embaixo de nossas camas. E os cachorrinhos? “Aqueles que num sinal nosso estão sempre prontos para nos obedecerem - senta, levanta, cumprimenta, acene o rabinho”, quem disse que são livres. Meras marionetes. Mas, e a nossa liberdade, como conquistá-la? Seremos livres à medida que deixamos nossos pensamentos voarem ou temos o direito de tornar-nos mercenários e quem sabe seduzir pais, enganar mães e na escalada usar os filhos, a Trindade Divina Familiar usurpada pela modernidade, desfeita pelo egocentrismo e relegada ao individualismo. Excremento humano se usar-mos o outro para nossa escalada social.
Tenho pensado muito nessas questões, e creio que nossa liberdade total advém do amor incondicional, de querer bem sem aprisionar, ao contrário ensinando a voar, ensinando a usar as próprias asas, não é isso que ensinamos aos nossos filhos? Manter sempre os olhos atentos para o que possa aprisionar e usar as asas para conquistar o mundo, sem usar, sem pisar sem machucar em quem quer que seja. Lançar sempre ao universo pensamentos puros, sentimentos de amor fraterno, embora muitas vezes mal interpretados, ter na consciência, sempre presente que em nossa essência somos alma e como almas somos um ser de paz.
Gladys Giménez

20/01/08