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MEMÓRIAS DO TEMPO
Memórias do tempo
Nas memórias perdidas do tempo,
Há tantas memórias esquecidas e talento,
Que no tempo ficaram sepultadas,
E que dos homens ficaram ignoradas,
Sem merecer a desonra e a humilhação,
Por serem apenas povo e o tempo lhes disse não.
Tantos imerecimentos ficaram na história,
E hoje continuam vivos na memória,
Do tempo que nunca as esqueceu,
Foram gravadas sem merecerem o apogeu,
Por fazer mortes tantas aos montões,
Enquanto que quem salva vidas é preso nos grilhões.
Memórias vivas, memórias mortas o tempo tem,
Que ficam para cá e para lá do além,
Umas não morrem e outras ficam esquecidas,
E nas memórias do tempo ficam perdidas,
E o tempo guarda tudo e tudo não mostra,
Porque a história se esqueceu, não se importa.
O tempo tudo vai consumindo e eu vou recordando,
As coisas que ele guardou, enquanto passos vou dando,
E chamo de memórias ao tempo que já vivi,
E estas memórias de ninguém, são só para mim,
E assim vou abraçando a vida que vou vivendo,
E para mim o tempo às vezes as vai lendo.
As minhas memórias são simples, já passaram,
Ao passado e outras vão nascendo e ainda não falaram,
Vêm do futuro que eu vou encontrando por aí,
E ao passado se vão juntando, enquanto estiver aqui,
E assim vou criando a minha história de vida,
Que passam a memórias e depois serão esquecidas.
Eu sou bom ouvidor das minhas recordações,
Enquanto as ouço sinto tantas e tantas emoções,
Que umas vezes me fazem rir e outras chorar,
São assim as memórias do tempo para eu guardar,
No meu silêncio que apenas o tempo sabe,
Ninguém ouve, ficam dentro de mim, antes que acabe.
Tavira, 9 e Abril de 2011-Estêvão
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