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Meu amigo Bule Bule

MEU AMIGO, BULE-BULE
Jorge Linhaça

Encontrei um cantador,
desses de bela figura,
que é porreta no cordel
e conhece literatura,
o seu nome: Bule-Bule
já é mote que perdura
desde a infância passada
por conta duma aventura
quando menino trabalhava
junto com as cavalgaduras.

Cortava e levava de lenha
nas costas dos animais
para as fornadas de pão
(tinha doze anos, não mais).
Os outros meninos, atiçados
pelas notícias dos jornais
resolveram abrir uma greve
pedindo pra ganhar mais
mas um deles soltou a língua
para o dono e também capataz.

O tal não se fez de rogado,
disse: greve não carecia
era só passar no teste
que no outro dia faria
que o salário aumentado
a cada um caberia.
Deixou tudo preparado
e anunciou no outro dia:
era só tirar da masseira
trinta quilos de farinha.

A massa toda grudada
no fundo da tal masseira,
não se soltava por nada
dando em todos tareia.
o Toninho que voltava,
com sua carga de lenha
foi também desafiado
a entrar na "brincadeira"
à principio ficou de lado
- mosca fugindo da teia-

Alertado pelo padeiro,
que era truque do patrão
-que massa daquele jeito
ninguém retirava não-
foi pelo amigo instruído
que existia solução.
Toninho foi todo ouvidos
e depois da preparação,
deixou a todos aturdidos,
retirando a massa do pão.

O aplauso veio a seguir,
junto com as gargalhadas
todos podendo assistir
àquela cena inusitada
e cobrando do mais velho
que comandava a rapaziada
como é que o pequenino
dava conta e ele não dava,
de trinta quilos de farinha
de massa crua e puxada.

Foi nessa hora seu moço,
que a história foi vivida,
a resposta do garoto
foi no fundo divertida:
"isso é como bule-bule,
pequeno, e de muita vida,
não haverá de crescer,
só vai é se desenvolver,
( quem viver há de saber)
em borboleta colorida.

E assim ficou Bule-Bule,
como alcunha do Toninho,
nome muito conhecido
e citado com carinho
em todo canto que passa,
acompanhado ou sozinho.
fazendo cordel e graça:
combatendo o desatino,
enfrentando as trapaças
dos homens de colarinho.

Cabra-macho, guerreiro,
seguindo a estrada da vida
não se vende por dinheiro
não encontra causa perdida
É músico e cordeleiro,
sua arte é repartida..
No extenso cancioneiro
aos mais jovens dá guarida.
Na viola o repenteio,
no pandeiro a batida.

Neste cordel pé quebrado,
fica a minha homenagem
a esse filho da terra
homem de muita coragem,
artista muito afamado
que tem sua malandragem,
à todos tratando bem
venham de quaisquer paragens
pois a vida é um trem
onde todos seguem viagem

site do Bule-Bule: www.bulebule.com.br
 

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domingo, maio 22, 2011 - 23:22

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