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NA TARDE QUE O CORAÇÃO APUPA


Tralhas de mim ralhas à mesa possuída de fome.

O tempo que me crava o seu bico abutre
por onde me cai o corpo.

A vontade como tapete para voar a boca dos pós
que me sacudo em grito.

Dentição suturada de dizeres escondidos
na tarde que o coração apupa.

A noite como peixe sem espinha,
carne sem osso.

A alma como espelho sem reflexo, porta grávida
de corredores nenhures num balde de luz.

Poço de candeias negadas, a cara da morte arrombada
pelo padrão do chão. Bastão de versos.

Rabiscos sem ser, curvados qual violino
se faça ouvir em choro de pio violado.

Biberão de moscas que vestem o sangue das mentiras.

Vala de iras em chio qual coro cante em guilhotina
pelo pescoço das palavras.

Nascer suspeito, vilão escolhido para morrer
nessa tômbola de heróis sem eixo.

A vida como sereia fora d´água
nas traseiras de uma tela detida nos sabores das cores.

Pigmento indesejado, interrogado por autópsias
impostas às dores dos pés.

A mão como incêndio, o fogo como dança em socorro.

Deserto de chuvas, o poema em vanidade.

Fantasma embrulhado numa vírgula.

Abandonado ai ao caminho,
o ir do olhar paraplégico na voz do silêncio.

 

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domingo, junho 26, 2011 - 02:22

Poesia :

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Henrique

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