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NOS BASTIDORES DA ÁGUA

Anímicas entusiastas
desdenham as abas elásticas
do absoluto rejeitado por ilustres pensadores.

Filosofias desfiadas
desfilam desfeitas a todo o vapor
nas rectas finais de emoções irreflectidas
por tentações incondescendentes na vida do corpo.

Meditações extinguidas
no cais da razão amolecem as pedras duras
do tempo incompreendido na consciência das rugas.

Nos bastidores da água,
sentidos com nódoas de sombra
sobem ao palco do rosto com lágrimas,
infiltradas nas papas da língua desafiada
ao acaso na mente mingua na proa de voos fantasmas.

Raso juízo
de faros surdinas nocivam
gritarias de pequenez ofendida
pela gula gananciosa que embala a aparência.

Cabeças elitistas
dissertam vozes de ódio
jazido num pódio maduro
de onde desertam as crianças
desperdiçadas pela inculta façanha adulta.

Religiões de disparate
sonham ilhas de sanatórios irónicos
nas palmas das mãos abertas impudentes
ao golpe da sorte ensanduichada em fendas de azar.

Prognósticos zero
aculturam ousadias magras
na nudez muda do calendário
grafado nas visões dos profetas
sobre derrocadas da parábola social.

Submited by

segunda-feira, junho 28, 2010 - 00:32

Poesia :

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Henrique

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Comentários

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Re: NOS BASTIDORES DA ÁGUA

"Cabeças elitistas
dissertam vozes de ódio
jazido num pódio maduro
de onde desertam as crianças
desperdiçadas pela inculta façanha adulta.

Religiões de disparate
sonham ilhas de sanatórios irónicos
nas palmas das mãos abertas impudentes
ao golpe da sorte ensanduichada em fendas de azar."

O teu olhar perspicaz atento e critico sobre o universo social mesquinho que se alimenta da ganancia e falsas morais definhadas e anorecticas.
Gosto sempre de te ler!
beijinho em ti Henrimarte!
Inês

imagem de csantos

Re: NOS BASTIDORES DA ÁGUA

desculpa
entou 2X
um abraço
cs

imagem de csantos

Re: NOS BASTIDORES DA ÁGUA

gostei
um abraço
csantos

imagem de AnaMaria

Re: NOS BASTIDORES DA ÁGUA

Uma crítica subtil à postura humana na actualidade e consequentemente à própria sociedade consumista, feita de futilidades e aparências...

Gostei muito.

Ana Oliveira

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