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O cagão

A escrita surge em distensão.
Aclamada na miséria e nas grandezas daquele, que se indigna perante as palavras ou sobre as mesmas descansa.
É podre aquele que na escrita, se tem como superior, aos olhos iletrados de um camponês, de um operário, de um empregado de limpeza ou de um avô.
A escrita não é arma.
Arma é, a acção concreta de um ensinamento proporcionado pela escrita.
Concreta acção, que proporcionou em determinado contexto temporal a elaboração da própria escrita, quando esta ainda carecia de nome, código ou ordens.
Toda a escrita é a extensão de uma orgânica muito anterior á própria escrita.
Tal qual…cagar!
Argumentar trabalho com base, em fantasias ou lirismos pueris sobre a virtude produtiva do que é escrito, é uma falácia burguesa, que refere a um movimento anti dinâmico e antagónico, em relação á orgânica própria da construção do mundo e das suas imperfeições.
Não existe trabalho, de “escritor” ou “poeta”.
Não é uma imposição e quando o é, apenas aponta o indicio de uma acção concreta que as sociedades de “informação” incluem num suposto contrato social, assente em concepções de direito e democracia encarando aqueles que “escrevem”, como veículo para materializar o relato lúdico, daquilo que já foi acção em si.
A escrita é “carne” como carnal é, o movimento e o pensamento daquele que assume escrever.
Seja onde for, como for, independentemente do espaço e do tempo.
Escrever, é a imaginação de quem lê.
Logo, a metafísica e a metáfora são instrumentos que fomentam conscientemente ou não, a asserção de uma suposta interpretação da ideia original e da matriz filosófica do que foi exposto em letras, sendo que é incerto e subjectivo o entendimento e a percepção correcta do que foi escrito por outrem, devido ás perversões impostas pelos canais onde o escrito é difundido.
E são muitos os canais assim como os difusores.
Já em si, o poeta é um hipócrita nato.
Pesquisa em si sentimentos e palavras comuns á função quase “normativa” do pensar colectivo desta ou daquela sociedade, e “nebuliza” a interpretação do leitor, com “totalitarismos” abstractos do que para si são, angústias, ambições e frustrações, instrumentalizando as mentes, em relação a objectivos ou concepções comuns a todo o ser humano, criando com isto uma interposta função sagrada de sensibilidade e compreensão utilizando o livre arbítrio intelectual de cada um, para moldar a interpretação de quem lê a seu bel prazer.
E isto pode ser em qualquer sítio, como a casa de banho, no entretanto de uma defecação breve ou demorada.
È bom o poeta que consegue criar a predisposição, noutro, para que este se deixe embalar quase “narcotizado” num emaranhado de “interiorizações” lógicas do poeta, para com isso cumprir a função exterior á concepção narcisista e individual daquele que escreve, ser lido.
Independentemente de ser entendido ou não.
A criação literária durante os séculos tem sofrido mutações desde o arcaísmo religioso, até á literatura moderna, não deixando com isso obedecer a chavões e a ter como objectivos distrair,informar ou florear a alma com sentimentos alheios, que se tomam como verdades, na justa adopção de temas comuns a um universo que segmenta as suas ambições em momentos de abstracção no interstício da produção real e proletária.
Escrever porém é bom.
Pode ser tão solitário, que chega a ser fantasmagórico...nem sempre.
Dá prazer a quem o faz e muitas vezes a quem lê.
No entanto agradeço que não escrevam nas portas das casas de banho dos terminais dos comboios.
É que além de me fazer perder imenso tempo a ler cagadas inúteis…
Ainda tenho de as limpar.

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quinta-feira, março 18, 2010 - 02:28

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Lapis-Lazuli

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Re: O cagão

A escrita é “carne” como carnal é, o movimento e o pensamento daquele que assume escrever.
Seja onde for, como for, independentemente do espaço e do tempo.
Escrever, é a imaginação de quem lê.
Logo, a metafísica e a metáfora são instrumentos que fomentam conscientemente ou não, a asserção de uma suposta interpretação da ideia original e da matriz filosófica do que foi exposto em letras, sendo que é incerto e subjectivo o entendimento e a percepção correcta do que foi escrito por outrem, devido ás perversões impostas pelos canais onde o escrito é difundido.
E são muitos os canais assim como os difusores.

Mesmo que falte um outro pormenor, concordo quase na integra com o teu ponto de vista!!!

Já em si, o poeta é um hipócrita nato. O fingidor

:-)

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