O Encantamento

Jacinto havia se encantado de amores,
Por uma mulher mais velha e sabida,
Ninguém sabia quem ela era, só sabiam que não era dos arredores,
E, que provavelmente sabia muito da vida.

Maria, já andava fazia muito tempo, a desconfiar daquela brincadeira,
Mas, como a avó dele, lhe ensinara...tinha que ser uma mulher submissa,
E, nem que fosse só, sua esposa, quando saíssem à eira,
Iria levar, até ao fim aquela situação postiça.

Não queria ser mais uma na aldeia, sem marido,
Já bastavam as moças, que os seus maridos, a guerra tinha levado,
A este, nem a guerra o tinha querido,
Portanto, tinha de aproveitar o tempo que estava com ela, casado.

Só não queria era ser falada,
Pela vizinhança maldosa,
Ia agora ser abandonada,
Por uma qualquer ranhosa.

Já a velha raposa sabida dizia,
Que quem os seus maridos, quisesse manter,
E, todos os seus conselhos régios seguia,
Teria a eles, prontamente, de lhes obedecer.

Era conversa fiada, pois ela bem sabia que tinha ,era de estar calada,
Sabia bem, fazer todas as suas vontades,
E mesmo isso, não lhe valeu de nada,
O que ele queria mesmo, era não ouvir certas verdades.

Fazia-lhe género, como ele conhecera a tal mulher madura,
E de onde tinha vindo tanta paixão repentina,
Quem era aquela fulana, com tal envergadura,
Que lhe estava a pôr, o seu casamento, na guilhotina.