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O Mendigo
O Mendigo
Não ria da minha sina
Não me veja um desgraçado
Só porque estou na esquina
Todo roto e mal trajado
A vida toda eu vivi
Sem pensar no meu futuro
De repente, eu me vi
Calejado, pobre e duro
Pensam que a vida de mendigo
É fácil, ou é moleza?
Tudo isso é um castigo
É pior que a pobreza
Logo no meu primeiro dia
Que passei na mendicância
Fui vítima da hipocrisia
Da suprema ignorância
Já com a fome na barriga
Sem força para trabalhar
Fiz uma cara de fadiga
E ergui a mão para mendigar
Logo de cara, um soldado
Tascou-me um forte safanão
Chamando-me de folgado,
Trambiqueiro e de ladrão
Depois, de tudo contornado
E dos tabefes que levei
Viu que eu era um coitado
Para a esquina retornei
Logo, duas religiosas
Apareceram a minha frente
Pensei: ”São freiras tão bondosas”
“Tratar-me-ão bem diferente.”
Quando eu estendi a mão,
As freiras se apiedaram
Disseram: “Ó que triste situação!”
De pobre cristão me chamaram.
Meteram as mãos nas bolsas
As esmolas, então, me deram
Respondi:” que Deus lhes ouça!”
“Isto lhe ajudará”, disseram
Feliz com a esmola ganha
Logo, veio a decepção
A tristeza foi tamanha
Vendo os terços em minha mão
Passada aquela desventura
Já com a fome me devorando
Vi que numa viatura
Vinha um grupo se aproximando
Era um grupo de estudante
Com seu mestre a sua frente
Fiquei todo esfuziante
Agora será diferente
Eles logo me abordaram
O professor se aproximou
Dos livros e canetas sacaram
O professor, então, falou:
“Olhem este pobre diabo
Que na vida nada tem!”
“Sem estudo, sem trabalho,
É da miséria um refém!”
No seu discurso irreverente
De conteúdo bem profundo
Chamou-me de incompetente,
Preguiçoso e vagabundo
Fez de mim um bom exemplo
Para quem foge da escola
Foi uma perda de tempo
Foi-se sem me dar esmola
Para piorar o meu dia
Um político me abordou
Com a velha hipocrisia
Seu discurso professou
“Vote em mim, que lhe darei
Um emprego, um bom salário!”
Foi embora e eu fiquei
Com minha cara de otário
Naquele instante apareceu
A minha frente um pastor
Nenhuma esmola ele me deu
Só a mensagem do Senhor
Também, um advogado
A esmola me negou
Quase saio processado
Em todas as leis me enquadrou
Um médico que ali passava
Tratou-me com indiferença
Disse que esmola não me dava,
Pois preguiça não é doença
A noite logo chegou
E eu naquela desventura
A chuva forte me encharcou
Fiquei na rua da amargura
Foi cruel, duro, humilhante
Meu primeiro dia de mendigo
Mesmo assim, sigo adiante
Pois, trabalhar é um castigo
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Comentários
trabalhar é um castigo
um movimentar de volta sem ida
O Mendigo
Amigos, WAF,
Está obra é apenas uma forma bem humorada de narrar um caso particular da vida de um mendigo. Afinal, a vida na mendicância é algo muito triste. Principalmente , pelos motivos que levam uma pessoa a mendigar. No caso desse nosso mendigo, sua falta de sorte é algo de verdadeiramente hilário, não acham?