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As Peças Que Vou Queimar
Para que me serve um canivete verde e afiado,
Se nada o quero num desajeitado recortar?
Para que serve um papel branco, isento
Se não existe uma tinta preta suficiente para o marcar?
Para que quero eu, um guache repleto de tinta azul na venda,
Em copo de água mascarado, se não compro um pincel para o pintar…
Ou aguarás para o limpar?
Ou mesmo uma borracha branca
Se nada quero pretendo apagar?
E para que servem as folhas d´um livro branco
Em letras bem talhado, esbranquiçado de um dos lados?
Colorido, engrandecido, mesmo sem ser paginado…
Em negros pontos, pigmentados, quase rasgados… resgatados!
Em pixéis inaproveitáveis das fotos dum Zé Ninguém?
E se for um lápis de carvão
Com o qual não quero desenhar?
E para que me serve um marcador
Do mais fino castanheiro das nogueiras separado?
Transformado… em esculturas esmigalhado , em traços representado.
Expostos em desvarios direccionados em arquivar,
Nas peças que vou queimar?
Carla Bordalo
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Poesia :
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Comentários
Re: As Peças Que Vou Queimar
Bom poema repleto de arte!!!
:-)
Re: As Peças Que Vou Queimar
Lindo poema.
Vitor.
Re: As Peças Que Vou Queimar
MariaCarla,
A vida é feita de inconstâncias, mas nela há sempre o reverso da medalha.
Beijinhos
Nanda
Re: As Peças Que Vou Queimar
Temos tanta coisa q nos envolve e q não nos serve para nada, qtas vezes trocariamos tudo o q temos (e nos serve para tão pouco...) por um momento com algo q queremos...
Bela reflexão minha querida!
Beijinho grande em ti!
Inês
Re: As Peças Que Vou Queimar
Tantas coisas se tornam inúteis, quando falta alguém que lhes dê um sentido. Tal como o nosso coração.
Beijo
Nuno
Re: As Peças Que Vou Queimar
Mais um excelente poema Carla.
Beijo
Vóny Ferreira
Re: As Peças Que Vou Queimar
As inconstâncias da vida, que se mostra sempre aberta a novas opções mas de nada vale se não A SOUBERMOS APROVEITAR AO MÁXIMO.
Melhor mesmo é conseguirmos interiorizar de que ela é efémera
beijos para ti
Matilde D'Ônix