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Piano e vinho tinto
Das teclas brancas e negras do piano,
Se viaja desde o "Sagrado" ao profano.
Vai virtuoso ou tosco,
espectro humano,
à frente
ou atrás
de um vidro fosco,
Parece rei soberano,
Mas…
Afinado ou desatinado,
Imprime a emoção,
Que provem da situação
De estar…
ar
Com a Cabeça no
e os pés no
chão...
a tocar uma canção
que é fado ou desatino...,
...
(harmoniosa confusão)
"""
~~~~ mas, vai fiel e honesta ao vento que por ali passa ~~~~
Divina imagem de farsa.
... Junta-se vinho tinto,
Descongestiona-se o espírito,
Ouço o piano com afinco,
mas, das castas, o paladar já não sinto,...
Vagueio com prazer,
Sobre o Tudo e o nada,
Passeio em delirante estrada.
(“ Assume-se uma valente touca… (que) assenta bem com a farda” , ah, ah, ah, ah…!)
Ricardo Rodeia
Reeditado de As Pedras e os Buracos... Colecção Waf VI
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Comentários
Todos recriamos a realidade,
Todos recriamos a realidade, à nossa medida.
É impossível fugir, de tempos a tempos, ao sofrimento...
... tal como é legítimo darmo-nos aos prazeres.
O equilibrio entre o prazer e o desprazer é um mistério que cada um deve aprender a conhecer e desvendar.
A negação da dor é uma mentira.
A negação do prazer é igualmente uma mentira e um exercício de autocomiseração vaga e estéril.
Se a dor é demasiado forte...
acontece como a morte,
é preciso renascer.
Se vivemos na volúpia...
apaixonamo-nos por nós próprios e criamos necessidades egoístas
em vertiginosa queda para a autodestruição (... mais nunca seria demais...)
Há que experimentar os venenos e drogas da vida
e em consciencia descobrir o nosso caminho intermédio...
(nunca olvidando que este caminho também é percorrido por outros que no final, só querem o mesmo que nós - «felicidade?»-;
as rotas de colisão com o outro podem ser muitas... muito variadas... tudo é transitório e existe sempre o "risco"... a imprevisibilidade...
... coisas boas e coisas más - nesta aprendizagem - um fado estranho, o fado humano...
No final de contas, nascemos do erro e da doença... o caminho pode ser o da cura... nisso podemos escolher(?).
Reverência e respeito por cada pegada... encontrando o equilibrio simbiotico entre o "Eu" e o colectivo.
No fundo fica a sensação de Divina Comédia
Feliz por achares engraçado.
Contente por receber a tua visita e o teu comentário.
Bjo.
Ricardo Rodeia
por trás da
por trás da melodia,
esconde-se em vidro fosco
aquilo que não é...
imagem inventada
e o vinho que casta será?
Que importa?
Divina imagem de farsa.
Gostei desta poesia, tem algo de reflexão mas também engraçado.
Beijo
Resposta no comentário
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