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...poison
...o que me consome no vagar dos dias
assim aos solavancos devagarinho és tu que me ouves de entremeio pelas palavras sem sequer entenderes que o que se esconde agora aí por detrás do véu que nos cobre na imensidão do saber e do sentir
é o silencio que nos tolhe e cansa a alma fragmentada de velocidades intempestuosas a tombar assim aos solavancos devagarinho na fúria dos dias onde finda a história que lemos nos livros de fel em resquícios de cetim resgatado nas montras de louvores passados
golpes em fá sustenido e solfejos de maiores sonhos na memória
promíscuas linhas em esboços de futuros entendimentos
cala
cala o louco grito de ti em mim devassado pelas escolhas e esperas intermináveis
fecha
fecha a porta sem trinco que te acolha no vulto do negro
vazio
o quarto o copo o mundo sentado naquele banco à beira-mar que tu
e eu
tu e eu corremos no sal das pegadas que deixámos para trás
em certezas de fulgores despidos do nada
nada
antros de gloriosas loucuras ao pôr do sol
ânimos de consortes a embalarem-nos
os sonhos
mas assim como quem diz preciso de ti
e tu de mim
e dos dias a correr sem saber que seria assim
o que me consome no vagar dos dias
assim aos solavancos devagarinho és tu.
By InesG
Link deste poema para o blog para os interessados e ávidos de mais: http://mythiksessions.blogspot.com/2012/01/poison.html
Obrigada ;)
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Comentários
Minha querida, amiga, Inesofia,
Minha querida, amiga, Inesofia,
percorrer-nos em versos nem sempre é fácil, depois de toda a metamorfose, que teima em querer-nos quedos e mudos. Mas, ah, teu grito minha querida, sempre se fará ouvir, no mis do exacto do pensamento. Gostei muito de voltar a ter a oportunidade de te ler e comentar. Parabéns!
Querida, gostaria de te convidar, a seu tempo,
que entrasses na minha página, para ler este meu poema: NÃO FUI SENÃO UMA CRIANÇA... Obrigado!
Beijinhos mil!
Jorge Humberto
"todo o poema é um grito", um grito silencioso...
Obrigada pelo feedback, interpretação magnífica e palavras fantásticas.
Sim, "todo o poema é um grito", um grito silencioso que nos consome por dentro em fugas desprendidas no tempo,
tempo a contra-relógio a soar em notas soltas numa dança de gestos mudos e inquietantes, imperceptíveis à luz do dia a vaguear por entre faces de máscaras acolhidas no conforto da rotina,
loucura dos dias...
A arte é isso mesmo, da forma como a concebo.
Bem hajas Giraldoff.
Bjo*