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Por ti não haverá mais poesia
Sempre busquei dar-lhe tudo:
Que meu coração,
Que meu tesão,
Que minha emoção,
Pudesse buscar,
Entre dois amores,
Entre dois amantes,
Que num dueto,
Que num tom,
Entoasse um sublime som.
Sempre doei a alma,
Sempre entreguei o corpo,
Ao amor, ao todo,
Ao compor, o todo.
Mas pra ti,
De nada serviu,
De nada sentiu.
Toda entoação, toda vocação,
Para o amor, para o ardor,
Para o despudor, para o esplendor.
Nunca entendestes um sequer verso,
Nunca dedicastes uma sequer aventura,
Nunca houve um gesto de bravura.
Pra ti, não haverá mais poesia,
Pra ti, não haverá mais poema,
Pra ti, haverá apenas, indiferença.
Não merecestes uma estrofe,
Não merecestes um só verso.
De todo meu universo.
MARTINS, S. M.
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