A Razão que a Razão desconhece

Na nocturna luz ubíqua
Um doce despertar profecia insidiosa luz,
Um homem cruza o ar carnal das estátuas-vivas
Uma mulher golpeia a ante-morte dos astros deteriorados.

Seus gritos uivam silenciosas palavras,
apedrejam o lado avesso das entranhas
desde as unhas do cérebro
até à face e símbolos do terror-amor oculto
separando metades ou unindo-os para sempre.

Entre as suas teias tensas sem rosto
sem nenhuma identidade possível
deixam-se escravos dos seus ímanes,
sob as suas nocturna luz ubíqua com garras
encerrando-os, ditando leis
diluindo-os no ser ou de talvez não ser
de um destino ou acaso cego
que intui o norte ou desnorte de uma meta possível,
ou impossível de continuar a captar,
a ubíqua nocturna luz num lanterna
para recuperarem o que nunca alcançaram.

Pegar a noite e transportá-la para a vida
No segredo que é verbo e multiplica,
Os dias que os junta no que se escreve,
nas palavras que são e serão ou não
Equívocos, inequívocos existenciais...

...a razão que a razão desconhece.