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RECORDANDO
Recordando
Estamos calados, não foi o tempo que nos calou,
Mas sim o nosso amor que se acabou,
O amor já não arde dentro do nosso coração,
Deixámos que se apagasse e as cinzas estão no chão.
Lembras-te há quanto tempo o deixamos cair?
Nós sabemos, desde que o deixámos de sentir,
O tempo já envelheceu o último beijo de amor,
Já não nos lembras e isto causa-me tanta dor.
No princípio os beijos eram flores a desabrochar,
Como se fossem pétalas vermelhas a voar,
Agora já não há beijos, as flores já murcharam,
Já não exalam perfume, as pétalas caíram.
O amor deixou de ter seiva, a sua água secou,
Os olhos já não brilham, tanto tempo já passou,
Como foi que nós deixámos que o amor acabasse assim,
Pois as flores já não crescem no nosso jardim.
Lembras-te quando nos sentávamos alegres ao luar
Nas noites cálidas de Verão, ouvindo as ondas do mar?
O amor ardia como uma fogueira incandescente,
Os nossos corpos se uniam ao luar envolvente.
Agora, vivemos de tantas e tantas recordações apenas,
Olhamos um para o outro com as nossas almas pequenas,
Que deixaram que o nosso amor se fosse apagando,
E nós continuamos a viver a vida apenas recordando.
Viver sem amor não é realmente viver-Molière
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