CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
SANTA MARIA ME VALHA
SANTA MARIA ME VALHA
Santa Maria me valha,
Quando tudo me atrapalha,
Não sei o que digo, nem o que faço,
E por isso, por vezes me embaraço.
Se é da idade ou do tempo, eu não sei,
Só sei que vivo nas regras da lei,
Durante toda a vida sempre lhe obedeci,
E na ilusão da liberdade permaneci.
Boa pessoa dizem que sou,
Mas, para esse lado eu não vou,
O que dizem da boca para fora,
Assim como entra se vai embora.
Santa Maria me valha,
Quando tudo me atrapalha,
Não sei se vou se hei – de ir,
Se fique ou se hei – de partir.
Vários caminhos já percorri,
Mas apenas um caminho eu escolhi,
O caminho das regras e da obediência,
Deus me dê paciência.
Doutor nunca consegui ser,
Mas serei doutor até morrer,
Do tempo que o tempo me deu,
Fora o tempo que já se perdeu.
Santa Maria me valha,
Quando tudo me atrapalha,
Indicam – me tantos caminhos,
E apenas só tenho sarilhos.
A vida desta vida que tenho,
Construída com o meu engenho,
Já não sei vivo ou como hei – de viver,
Pois toda a vida tenho de obedecer.
A minha vida morre se não tiver dinheiro,
Não é só a minha, é assim no mundo inteiro,
Vivo com a ilusão que tenho liberdade,
Mas, tudo não passa duma veleidade.
Santa Maria me valha,
Quando tudo me atrapalha,
Já não sei se é melhor viver ou morrer,
Com tudo o que está a acontecer.
Andar no mar ou em terra,
Ou na paz ou na guerra,
Já nada me faz confusão,
Já não sei se hei – de ser honesto ou ladrão.
Tudo já é considerado normal,
Ser humano ou animal,
Já não se nota a diferença,
No meio de tanta desavença.
Santa Maria me valha,
Quando tudo me atrapalha,
Já o pai não conhece o filho,
E o velho pai é empecilho.
A família já ninguém conhece,
O amor já não acontece,
Deus agora virou dinheiro,
É o único deus e cruel parceiro.
O início é a nossa sorte,
O fim significa morte,
O futuro é sempre desconhecido,
E o presente é nosso inimigo.
Santa Maria me valha,
Quando tudo me atrapalha,
A mim já não me conheço,
E por isso me despeço.
2008-Estêvão
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 559 leituras
other contents of José Custódio Estêvão
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Meditação | LINGUAS | 0 | 1.572 | 05/17/2012 - 11:13 | Português | |
Poesia/Amor | AMOR AUSENTE | 0 | 613 | 05/17/2012 - 11:22 | Português | |
Poesia/Poetrix | OS VELHOS TÊM ALMA | 2 | 410 | 05/17/2012 - 11:42 | Português | |
Poesia/Amor | BEIJOS LOUCOS | 0 | 725 | 05/18/2012 - 10:03 | Português | |
Poesia/Pensamentos | PERGUNTEI AO VENTO | 0 | 850 | 05/18/2012 - 10:08 | Português | |
Poesia/Pensamentos | DESISTIR NUNCA | 0 | 408 | 05/18/2012 - 10:12 | Português | |
Poesia/Meditação | LUTAR | 0 | 595 | 05/19/2012 - 10:50 | Português | |
Poesia/Meditação | CREPÚSCULO | 2 | 413 | 05/20/2012 - 00:28 | Português | |
Poesia/Meditação | UM PEDACINHO DE MIM | 1 | 878 | 05/20/2012 - 17:31 | Português | |
Poesia/Meditação | O TEU CAMIMHO | 1 | 428 | 05/21/2012 - 02:08 | Português | |
Poesia/Geral | A TERRA QUE EU PISO | 1 | 639 | 05/21/2012 - 04:15 | Português | |
Poesia/Meditação | O TEMPO QUE É TEU | 3 | 1.065 | 05/21/2012 - 09:52 | Português | |
Poesia/Amor | SEMENTES | 2 | 739 | 05/22/2012 - 09:32 | Português | |
Poesia/Amor | DESCENDÊNCIA | 2 | 333 | 05/22/2012 - 09:36 | Português | |
Poesia/Pensamentos | NADA É INSIGNIFICANTE | 4 | 1.372 | 05/22/2012 - 09:41 | Português | |
Poesia/Amor | PAI E MAE | 1 | 582 | 05/24/2012 - 03:03 | Português | |
Poesia/Pensamentos | A FORÇA DA VIDA | 3 | 3.075 | 05/24/2012 - 03:11 | Português | |
Poesia/Pensamentos | AMBIÇÃO DEMASIADA | 1 | 1.215 | 05/24/2012 - 03:51 | Português | |
Poesia/Pensamentos | VENTO | 1 | 513 | 05/24/2012 - 03:52 | Português | |
Poesia/Amor | ROSAL | 1 | 724 | 05/24/2012 - 03:53 | Português | |
Poesia/Meditação | NAQUELE TEMPO | 2 | 419 | 05/24/2012 - 09:53 | Português | |
Poesia/Pensamentos | ENTRE A VERDADE E A MENTIIRA | 2 | 898 | 05/24/2012 - 16:00 | Português | |
Poesia/Pensamentos | ABUTRES | 2 | 1.070 | 05/24/2012 - 16:17 | Português | |
Poesia/Geral | UM PEIXE | 2 | 268 | 05/24/2012 - 16:21 | Português | |
Poesia/Desilusão | GALINHEIRO | 2 | 1.041 | 05/25/2012 - 19:41 | Português |
Add comment