Talvez

Minha alma anseia um lugar pacífico em que possa estar sem preocupações, que possa ser tudo que eu sempre sonhei.
Um lugar onde eu possa ser como os pássaros livres, que em sua simplicidade não se contêm em uma vida fútil e irrelevante envolto a uma pequena árvore, mas que se aventuram atrás de sua realização, somente se sentindo felizes após pousarem em enormes prédios ao sul, mesmo sem fôlego por ter viajado por todo o dia.
Talvez gostasse de ser uma brisa leve, no final da tarde, que não se contenta até poder tocar os rostos de jovens casais apaixonados admirando o pôr-do-sol.
Quem sabe assim seria finalmente feliz.
Talvez se pudesse estar em um profundo silêncio próximo a uma lareira, em um dia razoavelmente frio, quando as chamas em seu fim lançam sua última tentativa de aquecer o local onde se encontram, transformando-o em um aconchegante e acolhedor semblante de harmonia singela e essencial.
Talvez, talvez, talvez.
Talvez assim descansasse em paz, por um momento.
Ou talvez melhorasse aquilo que tanto prezo.