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Um morto perdido no tempo.
Faz tempo que não vislumbro uma noite
Como se a mesma fosse somente minha,
A ponto de chegar a ver a suntuosa lua
Como uma íntima e simples luminária gigante.
Faz tempo que não saio a velejar
Deixando o vento me guiar
Como pipa solta no céu
Em tempo de férias escolar.
Faz tempo que não dou de beber ao meu jardim,
Que mesmo sem ser regado continua encantado,
Apesar de ter um dono totalmente desregrado.
Faz tempo que estou sem tempo
Para fazer o que realmente
Gosto de fazer quando estou com tempo.
Faz tempo que não entendo a vida,
Tão insólita, tão corrida,
Tão doidivanas, tão sofrida.
Faz tempo que eu nasci,
Mas parece que foi ontem.
Mas por tanta coisa por fazer,
Parece que eu morri,
E pelo visto não foi hoje.
Quando deixamos de fazer as coisas que realmente gostamos, passamos a morrer aos poucos, pois a vida foi feita para se aproveitar, e quando isto, infelizmente não acontece mais, é porque viramos meros mortos vivos.
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Comentários
Re: Um morto perdido no tempo.
Faz tempo que não dou de beber ao meu jardim,
Que mesmo sem ser regado continua encantado,
Apesar de ter um dono totalmente desregrado.
Bonita revisão da vida!!!
:-)
Re: Um morto perdido no tempo.
Brunorico,
Mesmo com a sensação de morto vivo,o teu poema é uma força viva que chama,acorda para a beleza do simples viver...
Gostei muito!
:-) suzete.