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Urge Saber

Amiúde vejo rostos que sofrem tanto por não saberem dizer sim ao acto
Àquele acto bondoso que se apresenta
Actuando num frente-a-frente descomunal
Cruzando-se e entrecruzando-se sôfrego de dividendos
Por não ter no corpo os restos mortais de um acto carnal

Sem ter que partir para os anais da bibliografia morfológica
De um poema ou de um texto original
Encontra-se a palavra morta por um par de asas soltas
Sempre que se vê o efeito voador de um objectivo morto atingir o clímax fatal

Dizia-se de si e de seus prazeres ocultos
Vinha num tempo que precisava encontrar-se no seu apogeu
Mas desfaleceu…
E não mais se viu a boiar nas águas do oceano pacífico
Pacificou-se nas águas lamacentas que banhavam os corpos ainda quentes
Sob o ar ameaçador e castrador de um odor fatal

Quase sempre em horas impróprias escorria-se para o corrimão das letras
Que por tão negras se apresentarem
Tentavam-se sempre umas às outras numa história triste e banal
Mas nunca por nunca, se apresentavam medíocres
Nem tão pouco na lonjura imposta pelos movimentos alicerçados num poder ex- comunal

Maleitas que o mundo tece
À roda de uma fogueira que arde sem razão
Não fossem as léguas que ainda têm que percorrer até chegar ao ponto central da questão.

Urge saber onde pára esse ponto na atmosfera densa de um conjunto de palavras
Que se afogaram no seu próprio líquido amniótico.
Urge descobrir porque se fechou o saco
Quando já restava tão pouco tempo para a transmutação

Urge….saber onde e como ficou o centro que ao abrir fecundou

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quarta-feira, maio 12, 2010 - 00:53

Poesia :

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ÔNIX

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Comentários

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Re: Urge Saber

Figuras escondidas atras das letras, lamentos em palavras lançados, em vez de causas expostas frontalmente.

Emoções fujidas calcadas, mais achas na fogueira lançadas, em vez de partilhadas no centro do ponto.

Um assonbro,
Pedro

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