"Verónica"

Verónica, chamaram-na à nascença, mas apelidava-se Vera,
A mãe ficava fula, pois chamava pelo seu nome verdadeiro e ela nunca respondia,
Dizia o povo, que quando ela nasceu, já se adivinhava que a moça iria ser bera,
E que à sua mãe, muitos problemas e dissabores daria.

Cedo se manifestou a opinião do povo da terra,
Porque a moça nunca estava quieta e era muito respondona,
Respondia à mãe, ao padre, aos amigos, a sua língua mais parecia uma serra,
Arranjava confusão com toda a gente e até parecia que da vila, era dona.

Não foram precisas, as suas regras aparecer, para de casa querer sair,
O que precisava, era de arranjar um bom moço, que a aturasse,
Que com ela, matrimónio, quisesse contrair,
E que acima de tudo, a amasse.

Pois, arranjou à porta de casa, um bom marido,
Que pensou que era um bom partido,
Porque de malandro, tinha a cantiga,
E deixou-a com uma grande barriga.

Ela com o desgosto, não quis os pequenos,
Ainda pensou em afogá-los, mas era capaz de ir presa,
Daria muito nas vistas, porque era um casal de bebés morenos,
E possivelmente, os seus corpos iriam ficar presos, na represa.

Pensou então na sua mãe, que estava sozinha e sem nada para fazer,
Decidiu dá-los a ela, para partir sem medo pelo mundo,
Esta nem tempo teve para se enfurecer,
Pois olhou para os pequenos...e respirou fundo.