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VERDE VIRGEM

Quando me colheste eu ainda era fruto virgem
Quando me tomaste em teus braços desenganos
eu ainda era menina casta e pura
E tudo o que eu sabia é que já era tua
Como lua inteira que se entrega em noite escura

Quando dentro de mim ficaste, como quem navega em mar incerto
Senti o bater do teu coração mais perto,
em solfejos gemidos…longe do mundo
perto dos sentidos ali os dois despidos

E um verde quente e fluído, senti a percorrer-me nas veias
senti cair em ti, nos teus maduros braços,
vimes raízes do teu chão firme de aço…
em campos de oliveiras …e ainda assim…
junto de mim, não te prendi, dando-te liberdade…e espaço

Olhei teu rosto maduro de tez morena
E dos teus negros olhos de azeitona
Escorrer lágrima pequena…gota de mel…
Sussurros gemidos em cascatas de sentidos
Suores d’água à tona

E em teus mudos lábios eu lia
AMO-TE
Conseguindo então no silêncio do teu beijo perceber-te na ideia
Caindo triste em mim sem cair na tua teia…

Quando dos teus lábios provei uma acidez quase nula
e senti na minha boca o trago do teu aveludado
Tu degustaste em pecado doce e exótico frutado
Sentindo a tua língua tocar-me infinda
no céu da minha boca nua

E afastar de mim a mágoa…do depois
E a incerteza que me davas de efémeros momentos ...
de voltar a ter-te perto
Fazendo crescer em minha boca como água os sentimentos…
e a vontade
De estarmos de novo junto os dois

Quando o meu aroma pela primeira vez cheiraste
Percebeste que existem fragrâncias sem odores
Mas foi quando o teu respirar ofegante
Sussurrou suspiro ao meu ouvido de amante
Que percebi o quão eu já te amava…senti que errava…
Pressentindo frutos futuros dissabores

Mas porque amando assim eu não pecava
E tu em mim provavas verde proibido
Ganhou a minha vida, perto de ti, um novo colorido

À beira daquele precipício e desespero
O nosso amor tangia outros temperos
Não era puro-sangue que em ti percorria
Mas era virgem a viagem que no teu corpo fazia

Perdeu-se uma mensagem d’amor no escuro
E naquela massagem mel… de azeite …veludo
Na paisagem do teu corpo
atraente…colina…em vertigem
Escorriam nas tuas costas ardentes...
um rio quente em afluentes
De AZEITE VIRGEM

Magda Graça

 

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domingo, maio 15, 2011 - 02:07

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