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A vida é uma arte cruel

Quando penso, à mesa do café,
Bebericando do copo de cerveja,
Limpando o suor da testa,
Com um guardanapo áspero
Que li,
Bukowski,
Kerouac,
Fante…
Dá-me vontade de gritar,
-Foda-se, eles tinham razão!

A vida é triste e cruel
Todos sabemos isso
Em cada manha que nasce
E não podemos fazer nada para a impedir
De triunfar como sempre acontece

Porque sempre estará presente
A nossa destruição
Continuamente embrulhada em descontentamentos
E o nosso egoísmo é tão cego
Que se esquece da alma
Numa viela promiscuída
Prostituindo-se para a cidade
Vendendo pequenos pedaços de contos
E historias eroticamente urbanas

A cidade…
Nunca me canso de escrever
Sobre ela
Como me distrai os monumentos
Envoltos sobre um manto de neblina
E as estatuas esculpidas
Nos semblantes negros e sujos das igrejas
O lixo oferecido em bandejas verdes
Para matar a fome em contentores
Restaurantes abertos 24 horas por dia
Com vários buffets,
Um casal de vagabundos
Passeando com as mãos sujas entrelaçadas
Puxando um pequeno carro de lona
Onde levam talvez o que de mais precioso
Devem ter para simplesmente continuarem,
Apaixonados

As ruas cinzentas e quebradas
O barulho da água vindo de um tanque
Numa varanda junto ao Douro
Onde uma velha lavadeira lava a roupa
E estende-a, sobre uma corda firmemente esticada e amarelecida,
Pelo tempo,
Pobre coitada
Lavou toda a vida
E no estagio para a morte
Continua lavando a mesma sina
Que aprendeu a gostar à força

O surreal está patente em semáforos
Que iluminam inúmeras passadeiras
Em cruzamentos de um único sentido
Que fazem acelerar os ponteiros do relógio
E trocam as voltas dos rebanhos
Deixando-os com medo
Porque nada é igual ao sistema que criaram
Agora as conversas são escritas
Para o corpo declamar através do toque
Um sentimento
Um coito
Por entre jardins onde as árvores
Tapam os olhos com as folhas verdes,
De primavera
E os excêntricos povoam esquinas,
Sozinhos cortejam bonitas prostitutas
Os bares rebentam em orgias
Molhadas em fel vaginal
A arte libertou-se das suas amarras
E voltou a ser pura
Entregou-se aos olhares sonhadores
Embebedou-se,
E acabou a dormir na entrada de um prédio

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quarta-feira, março 30, 2011 - 18:56
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