Vodca

              À Mônica e Monique Sperandio  

Somente pelo teu dentre outros tantos rostos

(E isto eu queria!) possível ter sido avistar

Em pânico, como se eu fosse me afogar,

Bebi até não mais me haver como sentir gostos.

No fundo de um copo sem fundo era a rogar,

Destilava ao fundo de outro copo o desgosto

De cada ácida lembrança do que em ti eu gosto:

Embriagava-me do ódio de inda crer te amar...

Nunca foi coragem: pura falta de medo!

Nada além de teimosia, sentimento azedo...

Se é que se sente algo imerso em vodca pura.

O que é, então, este algo além do lixo de agora

Que antes de ter coragem cada gole chora,

Antes de assumir o medo desta amargura?

1 de fevereiro de 2013 – 11h 09min

João Pessoa  -  Paraíba  -  Brasil

Adolfo J. de Lima