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A VOZ DO DINHEIRO
A voz do dinheiro
Quando o dinheiro fala,
A verdade logo se cala,
Compra a dignidade,
Escondendo a verdade,
Na justiça a mentira vence,
E a verdade não convence.
Quem se deixa corromper,
A verdade deixa de viver,
A mentira logo aparece,
E a verdade logo se esquece,
Vendendo a alma ao diabo,
Num momento muito aziago.
O dinheiro compra a morte,
Mas não a própria sorte,
Ainda muito menos o sono,
Que às vezes não tem dono,
Mas a cama pode comprar,
Para o sono se deitar.
A voz do dinheiro agrada,
A quem vende e a quem paga,
Seja lá o que for,
Com malvadez ou amor,
O dinheiro manda sempre,
Tem força e convence.
O dinheiro paga a vida,
Seja mal ou bem gerida,
E até paga também a morte,
De quem vai e já não volte,
Até paga a própria razão,
Para fazer a corrupção.
O dinheiro fala mais alto,
E até dá o maior salto,
Para aparecer logo na frente,
Oferecendo a mentira à mente,
Matando a própria verdade,
E faz nascer a falsidade.
Nesta luta pelo dinheiro,
A mentira vem primeiro,
Paga para a verdade esconder,
Mesmo que tenha de morrer,
Ele não tem pátria nem dono,
O dinheiro é um cigano.
Tavira, 10 de Abril de 2012-Estêvão
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