CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
A ÚLTIMA VEZ
Era uma noite fria e a neblina tornava a noite mais escura e densa. Suzana chegou em casa e tirou a capa prateada que sempre usava em dias chuvosos. Colocou a capa no cabide atrás da porta de entrada e dirigiu-se à sala de estar, esfregando as mãos
úmidas e frias. Abaixou-se para pegar a lenha na caixa próxima à lareira e acendeu o fogo,com os gravetos mais finos que encontrou.
Assoprou um pouco,até se certificar de que a brasa iria se alastrar e assim aquecer um pouco mais o ambiente gelado. Dirigiu-se ao bar,serviu um cálice de licor e sentou-se na poltrona próxima à lareira. As chamas crepitavam agora e ela sentiu o calor do fogo começando a aquecer o ambiente. Ficou pensativa,a observar as sombras que a luz do fogo projetava na parede. Por um momento, deixou-se seduzir por aquela sensação de bem estar. Lembrou-se de uma outra noite igual aquela. Era inverno e ela não estava só. Felipe havia estado com ela naquela noite e os dois ficaram por um tempo interminável observando o fogo.
Beberam champagne,dançaram descalços em cima do tapete macio e depois deitaram-se em frente à lareira. Foi uma noite mágica, como nunca houvera outra igual. Fizeram amor várias vezes e Suzana sentiu que o amor que sentia por Felipe era tão intenso que fazia seu corpo todo estremecer, quando sentia as suas mãos tocarem o seu corpo nu. Felipe era um homem sedutor. Seu corpo másculo a fazia sentir-se ainda mais protegida, quando deitava a cabeça no seu peito e se aconchegava nos seu braços. Quando o dia amanheceu, Felipe se despediu com um beijo e disse a Suzana que voltaria na noite seguinte. Ele mesmo iria preparar um prato gostoso para os dois saborearem, regado a um bom vinho e depois teriam mais uma noite maravilhosa para passarem juntos. Foi a última vez que Suzana viu Felipe. Quando tocaram a campainha da porta e ela abriu, sentiu uma estranha sensação a dominar. Soube que Felipe havia sofrido um acidente e nunca mais voltaria para ela. E tinha sido numa noite igual aquela... fria e chuvosa. Suzana ficou mais alguns instantes fitando o vazio, sentindo aquela sensação estranha que invadia a sua alma e lhe trazia novamente as imagens daquela noite que ela nunca mais iria esquecer. Adormeceu e não percebeu uma fagulha da lareira cair no tapete.O fogo a se alastrar pela casa toda. Acordou num quarto de paredes brancas.Uma enfermeira ao seu lado, dizia-lhe que estava tudo bem. Não conseguia entender o que havia acontecido. Sua mente entorpecida pela fumaça inalada a impediam de raciocinar. Não sabia o que havia acontecido, nem ficaria sabendo jamais. Parte de sua memória se apagou e ela esqueceu quem era e as lembranças daquela noite nunca mais voltaram. Suzana deixou de ser quem era, para tornar-se alguém que ela desconhecia.
Débora Benvenuti
Submited by
Prosas :
- Se logue para poder enviar comentários
- 2191 leituras
Add comment
other contents of deborabenvenuti
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Tristeza | CANÇÃO DA DESPEDIDA | 0 | 1.981 | 06/26/2010 - 15:23 | Português | |
Poesia/Amizade | AMIZADE | 1 | 1.457 | 06/25/2010 - 20:41 | Português | |
Poesia/Fantasia | ESCUTA,CORAÇÃO! | 1 | 1.924 | 06/23/2010 - 20:39 | Português | |
Poesia/Tristeza | A NOSSA NOITE | 2 | 1.439 | 06/23/2010 - 15:03 | Português | |
Poesia/Amor | A ESPERA | 2 | 1.607 | 06/23/2010 - 12:00 | Português | |
Poesia/Fantasia | PROCURA-SE | 1 | 1.558 | 06/21/2010 - 23:54 | Português | |
Poesia/Desilusão | QUANDO A SAUDADE VIER TE VISITAR | 2 | 834 | 06/21/2010 - 20:39 | Português | |
Poesia/Desilusão | POR QUE TE CHAMAS...SOLIDÃO? | 1 | 899 | 06/20/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia/Pensamentos | SILÊNCIO | 1 | 1.290 | 06/19/2010 - 23:18 | Português | |
Poesia/Tristeza | ETERNAMENTE...SÓ | 0 | 1.901 | 06/18/2010 - 19:20 | Português | |
Poesia/Amor | SENSAÇÕES | 2 | 1.969 | 06/15/2010 - 20:42 | Português | |
Poesia/Fantasia | O AMOR NASCEU | 1 | 1.801 | 06/13/2010 - 21:52 | Português | |
Prosas/Contos | A SABEDORIA, A DIGNIDADE E A ESPERTEZA | 1 | 2.667 | 06/08/2010 - 21:20 | Português | |
Prosas/Contos | A SAUDADE E O AMOR | 1 | 2.904 | 06/08/2010 - 21:16 | Português | |
Poesia/Fantasia | O DESTINO E O ACASO | 2 | 2.561 | 06/08/2010 - 20:50 | Português | |
Poesia/Amor | PROCURA-SE UM NAMORADO | 1 | 2.294 | 06/08/2010 - 18:24 | Português | |
Poesia/Fantasia | O BALANÇO DAS PALAVRAS | 1 | 2.061 | 06/08/2010 - 01:26 | Português | |
Poesia/Erótico | VOCÊ JÁ RECEBEU TULIPAS HOJE? | 1 | 1.949 | 06/07/2010 - 19:46 | Português | |
Poesia/Pensamentos | AVESSO | 1 | 2.009 | 06/06/2010 - 21:58 | Português | |
Prosas/Contos | A INTUIÇÃO | 1 | 3.030 | 06/04/2010 - 23:21 | Português | |
Poesia/Fantasia | PRATELEIRA DE SAUDADES | 1 | 2.068 | 06/04/2010 - 16:39 | Português | |
Poesia/Pensamentos | A ESCOLHA | 3 | 2.332 | 06/03/2010 - 23:41 | Português | |
Poesia/Pensamentos | AS DUAS PORTAS | 1 | 1.912 | 06/03/2010 - 22:20 | Português | |
Poesia/Amor | PALAVRAS AO VENTO | 1 | 1.550 | 06/03/2010 - 22:06 | Português | |
Poesia/Fantasia | O TRAVESSEIRO E A TRAVESSIA | 1 | 2.068 | 06/03/2010 - 00:18 | Português |
Comentários
Re: A ÚLTIMA VEZ
A memória prega peças em qualquer um , mesmo ao perde-la parcialmente somos capaz de sentir o dejavu .
E quando achamos que jamais somos capazes de lembrar de algo eis que surge na mente como uma sombra em noite escura de inverno.
Bom conto !!!
Beijos
Susan
Re: A ÚLTIMA VEZ
Gostei :)
ás vezes mais vale esquecer, e tornarmo-nos desconhecidos