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Dias de Azar XI

A resposta demorou algum tempo a chegar, para grande ansiedade de Marisa, que enquanto aguardava a resposta ia rabiscando a última página do seu caderno. Quando recebe a resposta não perde tempo em abrir, lê a mensagem duas vezes, as lágrimas estavam quase a cair-lhe pelo rosto abaixo, mas conseguiu controla-las. João repara nisso, em tom de voz baixo:
- Estás bem? Precisas de ir lá fora? – Marisa olha para ele, diz que não com a cabeça, se falasse naquele momento notar-se-ia que estava quase a chorar, esta não queria que se soubesse que era frágil e que essa fragilidade se notava quando lhe falavam dos últimos tempos. A mensagem dizia:
- Desculpa não devia estar a preocupar-te com isto. Tens imensa razão, ela é passado, e tu presente e futuro. Não sei se já te disse isto hoje, mas eu amo-te cada vez mais, não há explicação para tudo isto. Sem ti nada disto fazia sentido. Obrigada por tudo, mas sobretudo por teres esperado por mim, por teres esperado para que a minha ferida cicatrizasse para poder ficar contigo. Poucas pessoas sabem esperar e sem duvida, tu és uma delas. És fantástica, sabes! Até já…
Depois de mais de 1 hora e meia de aulas, Marisa foi ter com Renato, falaram sobre as aulas, este acompanhou-a ao bar da faculdade para ela se alimentar, a doença de Marisa fê-la ganhar novos hábitos alimentares e uma vida mais regrada. Sentia-se bem no primeiro dia na sua nova faculdade. Renato acompanhou-a à sala onde iria ter a próxima aula. O dia prosseguiu normalmente.
Naquele dia nenhum deles tinha aulas à tarde, portanto regressaram a casa. O dia decorreu normalmente. Renato ajudara Marisa no almoço, naquele dia iriam receber em casa patrícia a irmã de Renato, prepararam um hambúrguer com salada. Era o prato favorito de Patrícia. Foi um almoço agradável ajudaram-se na arrumação do almoço. Eram uma família feliz, como existem poucas. Nunca conheci uma família como aquela que Renato e Marisa formaram quando casaram.
Uma vez que Renato tinha que fazer um trabalho para apresentar no dia seguinte, foi Marisa que levou a cunhada a casa. Durante o caminho, Patrícia não resiste em perguntar:
- És verdadeiramente feliz? – Marisa para o carro, olha para ela, sorri e apenas lhe diz:
- A felicidade não se compra no supermercado, por isso só a temos quando temos do nosso lado as pessoas que mais amamos e cumprimos os nossos objectivos. Como vês, eu tenho uma família fantástica, estou no curso que sempre ambicionei e sou feliz. Porque perguntas isso pequena?
- Por nada!
- Tem que haver uma razão e tu sabes que odeio que me escondam coisas que me envolvam.
- Desculpa querida, apenas pensei que tinhas casado por medo de perder o meu irmão! Sei que és feliz ao lado do meu irmão, mas… não consigo perceber se vocês são verdadeiramente felizes!
- Não posso responder pelo teu irmão mas eu sou. Alias o teu irmão é a única pessoa capaz de me fazer feliz verdadeiramente. Princesinha um dia quando amares alguém verdadeiramente perceberás o que te digo. Nesse dia saberás que é com essa pessoa que vais ficar toda a tua vida. – voltou a ligar o carro, retomou a viagem de 10 km, em menos de 20 minutos estavam a porta dos sogros de Marisa. Esta levou Patrícia até à porta, deixou que esta entrasse e desceu as escadas, arrancou a alta velocidade em direcção a casa. A musica que tocava no rádio, espelhava o estado de espírito de Marisa, calma mas ao mesmo tempo super nervosa, perguntava-se a si mesmo sobre o porquê daquela pergunta de Patrícia? A melodia doce de uma chamada, Marisa olha para o telemóvel, atende em altifalante, era Renato estava preocupado com tanta demora.
Chega a casa conta a Renato aquilo que se passara, este liga ao pai, José, 44 anos, compreendia e defendia sempre os seus filhos, mas desta vez não conseguia entender o que ia na cabeça de Patrícia para fazer aquela pergunta. Mal Renato desliga o telefone, José dirige-se ao quarto de Patrícia fala com ela com muita calma, esta explica-lhe que a sua melhor amiga, achara o sorriso de Marisa forçado no dia do casamento do irmão. O pai repreende-a, diz-lhe que magoou a sua cunhada com aquela pergunta, ainda para mais sabendo que o seu irmão era o amor da vida de Marisa e que se não estivessem juntos estava incompletos. Patrícia compreendeu e em seguida ligou a Marisa pedindo-lhe desculpa e explicando o verdadeiro motivo daquela pergunta. Marisa apenas lhe disse:
- Devias-me ter dito logo o que se passava. Sabes o quê que me levaste a pensar? Que tinha casado com o teu irmão só por pena dele, o que não é verdade, nem nunca será…- Patrícia chorava do outro lado, não sabia como tinha sido capaz de fazer uma pergunta daquelas, quando ainda naquele dia tinha visto que ambos eram felizes ao lado um do outro.
- Desculpas-me?
- Obvio que sim. Todos nós erramos, não é por um erro destes que vais pagar a vida toda. Vai dormir miúda, amanhã tens de acordar cedo.
- Obrigada querida! Um dia destes tens de me levar ao colégio! – também Patrícia frequentava o mesmo colégio que o seu irmão e a sua cunhada tinham frequentado. Era um dos melhores colégios da região, daí os país a terem colocado lá.
- Queres? Seria um prazer!
- Sim, se não te importares! – ouve-se o som do sorriso de Marisa. Era obvio que a levaria ao colégio com todo o prazer. Passou lá bons momentos e foi lá que fez amizades que ainda hoje perdura. Com toda a certeza foi feliz lá. Marisa despediu-se de Patrícia:
- Até amanhã princesinha!
-Até amanhã, cunhadita! Manda beijinhos meus ao meu irmão!
-Será entregue! Um beijinho enorme! – Marisa desliga a chamada. Vai ter com Renato e dá-lhe o recado de Patrícia, ou como era carinhosamente tratada: barbie. A noite acabara novamente com os lençóis espalhados pelo quarto, e o perfume de ambos misturado na cama desfeita. Era o consumar de uma relação de amor, a paixão que cada um colocava naquela cama fazia crer que até os anjos eram desnecessários para determinar o sexo.
As semanas iam passando rapidamente. Era estranho para Marisa viver sozinha com Renato, habituara-se a estar rodeada de gente. Todos os dias as mães de ambos ligavam para saber se precisavam de alguma coisa. Durante os primeiros tempos ali, eram os pais que suportavam todas as despesas, já que nenhum deles conseguia emprego. É esse o flagelo do século XXI, muitos desempregados e elevados critérios de escolha. Apesar da alegria que estava a viver, a ameaça andava por perto, Marisa não vivia totalmente em paz, Lia assombrava todos os seus passos. Várias vezes se cruzavam e Lia não poupava palavras a Marisa, chegando mesmo a ameaça-la de morte, Marisa mantinha a calma, mas esta calma não duraria para sempre.

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sábado, agosto 7, 2010 - 15:02

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lau_almeida

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