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Dias de Azar XII

Era a primeira vez que Marisa ia sozinha para a faculdade, naquele dia 16 de Abril, Renato não tinha a primeira aula, ficou a dormir mais um pouco, já que no dia anterior estivera a realizar um trabalho até às 4 horas da manhã. Estava sossegada à espera do comboio, de auriculares nos ouvidos, quando Lia vai para o seu lado:
- Olha quem é ela! Hoje não tens o guarda-costas? Não me digas que ele percebeu finalmente que eras uma pita para ele? – Marisa não ouvira quase nada. Com alguma educação pede:
- Desculpa, podes repetir?
- Para além de convencida, também és surda?
- Convencida? Não sou igual a ti, portanto, não sou convencida. Se não reparaste estava a ouvir música, naturalmente não te ouvi, importas-te de repetir?
- Hoje não trouxeste guarda-costas ou ele percebeu finalmente que estava casado com uma pita e deixou-te?
- Dás-me vontade de rir, sabes? Não preciso dele para dar cabo de ti, portanto desaparece-me da frente.
- Dar cabo de mim? Tens de comer muita sopa para isso! Vou-te avisar de uma coisa, ou deixas o Renato ou então faço-te a folha. Devias ter morrido à meses sabes?
- Eu se fosse a ti começava a procurar psicólogo, porque não é por me estares a dizer isso que vou larga-lo. – todas as pessoas que iam passando e que estavam sentadas no banco ao lado, olhavam-nas, talvez pensassem que aquelas duas eram realmente loucas.
- Eu mato-te! Com ele não ficas! – o comboio chega entretanto. Depois de 45 minutos de viagem, Marisa sai do comboio com João, durante a viagem contara-lhe o que se passara na estação, João estava abismado com a loucura de Lia, ninguém no seu perfeito juízo faria aquilo que esta estava a fazer. Correm para o subterrâneo, apesar de atrasados para o metro nunca o perderiam, as sextas-feiras eram sempre movimentadas, e quase sempre o metro aquela hora ia cheio de gente. Quando acabam de sair do metro, Lia aproxima-se novamente de Marisa:
- Vou contar ao Renato que andas a engana-lo!
- Enganar quem? O Renato? Deves estar mal… Não sou como tu, já te disse! – Lia era absolutamente insuportável, insultara Marisa, esta tentou manter a calma, mas quando Lia tocou no seu ponto fraco. Deu-lhe uma chapada:
- Não vou sujar as minhas mãos em ti! Nunca mais me apareças à frente, porque da próxima ficas com muito mais que 5 dedos marcados na cara. – Lia ficara com a mão de Marisa na sua cara. Na verdade toda aquela cena era lamentável e desnecessária, mas Lia não sabia aceitar que a sua história com Renato acabara por sua culpa. Nunca soubera amar, apenas se limitava a namorar por namorar.
Existem pessoas assim, que apenas “amam” num segundo e no seguinte já não amam. Marisa continuou a caminhar em direcção à faculdade, não conseguia pensar noutra coisa. João olhava para ela:
- Precisas de alguma coisa?
- Precisava que certas pessoas desaparecessem da minha vida, consegues fazer isso?
- Não… eu não percebo aquela miúda, ela não vê que vocês são felizes juntos?
- Ela perdeu-o e não consegue aceitar essa ideia, por isso é que ela faz isto. Já quando começamos a namorar foi exactamente a mesma coisa, mas nunca nos chegou a ameaçar. Por isso é que estou com medo que ela faça alguma coisa. – continuavam a caminhar lentamente até a faculdade, quando chegam dirigem-se à sala, antes de entrarem na sala, Marisa liga a Renato, este atende ensonado:
- Diz… O que se passa? – Renato geralmente ensonado era incapaz de saber quem lhe ligava, mas desta vez soube que era ela. Marisa tremia por todos os lados, as lágrimas saiam-lhe sem controlo, apesar de ser extremamente forte, Marisa tinha medo de perder a única pessoa que amou realmente, esse medo manifestava-se através daquele choro Infantil:
- A Lia… - Renato não a deixa acabar:
- Calma, não chores por favor. O quê que essa idiota fez desta vez? – as pessoas iam passando a porta da sala, olhavam-na de lado, algumas paravam para perguntar a João o que se passava, já que todos conheciam a historia de Marisa, talvez pensasse que Marisa estivesse novamente doente:
- Ela… - contou-lhe toda situação:
- Eu dei-lhe uma chapada. Estou com medo do que ela possa fazer! O que faço agora?
- Fizeste bem em faze-lo, ela estava a precisar de alguém que perdesse a calma rapidamente. Achas que ela faz alguma coisa? Ela ladra muito, mas não morde, lembra-te que passei mais de 4 anos com ela, e sei que ela ameaça demais e depois não faz nada, porque tem medo. Deixa andar, ela vai ter que compreender que não é com ameaças que nos afecta. Promete-me que não vai ser ela que nos vai estragar a vida, prometes?
- Eu prometo-te tudo. Bom, o professor já chegou, até logo! – Renato sorri ao telefone:
- Boa aula, eu amo-te! – desliga a chamada. Renato levanta-se da cama, toma o pequeno-almoço. Chega ao quarto pega no telemóvel para ir para as aulas, repara que tem uma mensagem, pensa que é de Marisa, já sorria quando vê o nome de contacto, era Lia:
“ Bom dia Renatinho. Estás bom? A tua namorada hoje de manhã excedeu-se no que me fez. Não lhe disse nem fiz nada e ela deu-me uma chapada. Estou farta desta situação, aliás estou farta que ela se julgue mais que toda a gente. Da próxima ela vai levar e não vou ter em atenção se ela esteve doente ou não.
PS: ela foi para a faculdade com um gajo e iam de mãos dadas, ouvia-a dizer que o amava muito.
Beijinho grande” – Renato fica furioso, apetecia-lhe ir ter com ela e envergonha-la frente a toda a gente. As imagens do último dia de namoro de ambos vinham-lhe à memória. Naquele dia faziam anos de namoro, como era habitual iriam festejar juntos aquele dia, algo correra mal, quando Renato abre a porta e tenta beijar Lia esta vira a cara, Renato estranhara, perguntara-lhe o que passa, mas esta diz-lhe apenas que ambos já tinham dado o que tinham a dar juntos. Renato descobriu semanas depois que Lia arranjara outro namorado. Magoou, Renato refugiou-se em Marisa, esta apoiou até ao fim. Apesar das suas divergências enquanto amigos, acabaram por se tornar namorados e sem dúvida que foi a melhor pessoa que Renato conheceu. Marisa não tinha nada a ver com as miúdas da sua idade, talvez tenha crescido muito depressa devido a situações mais complicadas.
Renato dirige-se para a faculdade, mas antes de ir para as aulas passa à faculdade de Lia. Vê-a sair da porta larga do departamento, corre até ela:
- Só queria que soubesses que aquilo que a Marisa te fez foi merecido. Antes de falares dela, lembra-te da bela asneira que fizeste quando acabaste comigo. Não foste sincera e sinceramente sei que fui traído vezes sem conta. Da próxima tem cuidado que não vai ser só um estalo, e já agora vai ao psicólogo, já ninguém ameaça outrem sem razão nenhuma. Mete nessa tua cabeça idiota que já não fazes parte da minha vida, arruinaste-a no dia em que fazíamos anos de namoro. – Lia olhava-o com surpresa, quando namoravam Renato era calmíssimo, agora era uma pessoa totalmente diferente:
- O ser humano erra sabes Renato? – Renato olhava para o chão, quando a ouve dizer aquilo, olha-a nos olhos e começa a rir-se:
- Errar é humano, mas fazer os outros sofrer e fazer deles bonecos não é errar, é ser um monstro, desculpa a frontalidade, mas acho que precisas de ouvir umas verdades. Aturei demais quando andei contigo. Nunca na minha vida me tinha rebaixado tanto, aliás acho que tu gostavas de me ver assim, pelo menos não te arranjava problemas. Mudei Lia, a Marisa trouxe-me um novo ser humano, ensinou-me que nem sempre as pessoas da nossa idade são as mais correctas. Eu amo-a Lia, não nos faças a vida num inferno. Nós precisamos de paz. Peço-te para nos deixar ser felizes, um dia vais encontrar uma pessoa que te vai fazer feliz, eu não sou essa pessoa Lia, acabou à muito tempo… - Lia chorava de falsidade, queria recupera-lo, custasse o que custasse. Pôs o seu plano em curso, iria aproximar-se deles, explorar os pontos fracos da relação e acabar com ela:
- Desculpa, tens razão! Não posso exigir que voltes atrás, quando fui eu que acabei contigo, só porque me fartei de estar contigo. Se soubesses o quanto estou arrependida. – olhar falso estava ali, mas Renato nem sequer se apercebera dele.
- É muito tarde para arrependimentos. Quando te devias ter arrependido não o fizeste, não esperes que te perdoe agora. Não és má miúda, mas essas atitudes são realmente de uma pessoa egoísta, que apenas se preocupa com o seu bem-estar. – Lia olhava-o com atenção, como se naquele olhar estivessem escritos todos os medos de Renato. Renato olha para ela:
- Vou-me embora, já estou atrasado para a faculdade! Espero que tenhas entendido tudo aquilo que te disse, chega de me arranjares problemas, e te fazeres de vítima! – Lia começava a preparar na sua cabeça o plano para destruir o casamento de Renato.
Renato caminhava rapidamente em direcção à faculdade em pouco mais de 10 minutos chega lá. Corre em direcção ao departamento de Marisa, para lhe dar um beijo e lhe dizer que já fora falar com Lia:
- O que é que ela te disse? – a expressão de Marisa mudar-se rapidamente. Em poucos segundos o desespero estava estampado na sua cara.

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quarta-feira, agosto 11, 2010 - 09:27

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lau_almeida

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Re: Dias de Azar XII

Diálogos fortes e criativos. bastante reais. A acção em fim avança segura,os relacionamentos, os ódios e as incompatibilidades das personagens.

Muito bom.

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Re: Dias de Azar XII

Obrigada :)

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