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Dias de Azar XVI

- Nonor chega para o lado, vou tentar acorda-la. – André fizera um curso de primeiros socorros durante as férias de Verão. Nunca tinha estado numa situação real, mas tinha a certeza que conseguiria ajudar Marisa, Leonor olhava para João, não entendia porquê que ele não se mexia: - É preciso chamar a enfermeira? – perguntara Filipe que conhecera Marisa naquele dia, mas que também ficara com uma boa impressão dela: - Acho que não, ela está a acordar! – Marisa abrira os olhos, mas revirava-os, nunca no curso de Verão, André tinha ouvido falar naquele tipo de desmaio. Com uma voz fraquinha, Marisa pede: - Leonor, vai chamar o Renato… - volta a fechar os olhos, desta vez mal respirava, para grande aflição de todos os presentes no último anfiteatro do departamento de engenharia informática (DEI). - Marisa, fala comigo! – André tentava a todo o custo acordar Marisa. Ela ia abrindo os olhos, mas por pouco tempo: - Dói-me a cabeça! – André dizia-lhe para esta ir falando com ele, não pretendia que esta voltasse a ficar inanimada. Também André começava a sentir medo que Marisa morresse ali, começava a não saber o que lhe fazer. Leonor corre escadas abaixo, abre a porta da sala e corre o mais rápido que consegue pelo longo corredor, desce rapidamente as escadas dos 3 pisos. Quando chega ao departamento de Renato, avista uma empregada, pergunta-lhe: - Onde está a turma de engenharia civil do 1º ano, por favor, é urgente! – a empregada olhava-a perplexamente. Sem grande demora informa-a da sala onde Renato estava. Leonor corre, alcança a sala, abre a porta, o professor e os alunos olhavam-na perplexamente: - Renato, a Marisa desmaiou e quer falar contigo! Anda por favor! – Renato levanta-se rapidamente, corre escada abaixo, chega perto do professor, diz-lhe: - Stor posso falar consigo? - Claro que pode, diga-me. – quase em surdina Renato diz: - A minha mulher desmaiou . Ela teve à pouco tempo um tumor e este desmaio pode ser grave, deixa-me sair? - Deixo, claro, mas depois terá que me explicar tudo isso. – Renato agradece. Corre juntamente com Leonor, sentia-se novamente triste, tinha medo que aquele desmaio fosse o inicio de um novo pesadelo. Será que poderiam ter alguma paz e serem felizes à vontade? Chegam à sala, Renato corre em direcção à sua amada, chama por ela: - Marisa, o que se passa? – as lágrimas corriam-lhe pelo rosto abaixo. Ela não respondia, o desespero estava estampado na face de Renato, já era a 2º vez que este via Marisa fugir-lhe por entre os dedos. Pega nela ao colo juntamente com André e Filipe colocam-na o centro da sala. André volta a acordar Marisa, quando esta vê Renato, olha para ele, os olhos brilhavam intensamente, mal respirava, mas tentava falar lentamente: -Amor, se eu morrer, promete-me que cuidas da tua irmã. E que serás feliz, nunca duvides que te amei e nunca te esqueças que fui muito feliz ao teu lado. – mal acaba de dizer isto volta a desmaiar. Não respirava, André diz a Filipe: - Chama uma enfermeira, rápido! – Filipe corre em direcção á enfermaria, explica o que acontecera na aula. A enfermeira pega na sua mala de primeiros socorros, corre ate à sala e analisa o estado de Marisa, pergunta se alguém ali tem conhecimento de algum problema de saúde que Marisa possa ter tido, Renato não deixa ninguém falar: - A Marisa teve um tumor na cabeça! – enfermeira olha para ele, sabia que aquela noticia iria abalar com Renato, mas teria que ser: - Vamos ter que a transferir para o IPO o mais rápido possível. – estaria Renato preparado para mais um pesadelo? Este saiu porta fora, Leonor foi atrás dele. Tentou durante largos minutos acalma-lo, dizia-lhe que Marisa não o deixaria sozinha. Renato pega no telemóvel, procura na lista telefónica o número de telefone de Ana, quando o encontra, liga. Ana atende: - Diz Renato! – o choro de Renato fazia com que Ana não entendesse nada do que Renato dizia: - Devagar Renato… O que se passou? – Renato tentou devagar dizer: - A Marisa desmaiou no meio de uma aula! – Ana permanecera em silêncio, abrira o ficheiro do diagnóstico de Marisa, observara-o, sabia que tinha prescrito qualquer coisa para o caso de desmaios. Passados 2 minutos vê que receitara umas injecções por precaução, pega no telefone: - Renato? - Diz Ana! – estava mais calmo, havia qualquer coisa que lhe dizia que o pesadelo não ia começar outra vez: - A Marisa deve ter no saco dela umas injecções que lhe prescrevi no dia em que ela saiu do hospital…. – Renato não a deixa terminar: - O que faço? - Sabes se alguém na sala de aula tem um curso de primeiros socorros ou assim qualquer coisa? - Não sei, mas posso perguntar à colega de turma dela que está aqui ao meu lado! – Ana diz-lhe para manter a calma. Era apenas um desmaio causado pela medicação que Marisa tomava, o seu corpo reagira mal à administração de medicação. Não era habitual acontecer, mas em casos bastante raros acontecia. Renato pergunta a Leonor, esta imediatamente diz que André tem um curso de primeiros socorros. Ana pede a Renato que passe o telefone a André para lhe explicar o que deveria fazer, Renato assim faz, entra sala dentro e passa o telefone a André: - Boa tarde, chamo-me Ana Castro e sou a médica da Marisa, gostava que lhe desses uma injecção que ela tem na mala dela, queria também que me dissesses como ela reage a essa injecção. Posso contar contigo? – apesar de ainda um pouco assustado André diz que poderá contar com ele. Leonor e Renato vão à mala de Marisa, tiram de lá um frasquinho com líquido transparente e uma seringa. Leonor sentia-se intimidada por aquele frasquinho, passa o frasco a medo a André, este espeta a agulha e injecta o líquido, para grande aflição de Leonor, que vira a cara e agarra-se a Filipe. Aquele líquido tinha um cheiro estranho, poucos minutos após a injecção, Marisa abre os olhos, sentia-se aflita, durante mais de 10 minutos esteve estendida no chão sem respirar para grande desespero de todos. Ana pergunta a André: - Como é que ela está agora? - Já abriu os olhos, mas está com algumas dificuldades em respirar é normal? - Quanto tempo é que ela esteve desmaiada? - Mais de 9 minutos! – Ana sabia perfeitamente que não poderia fazer muito mais pelo telefone, no entanto sentia-se inútil, enquanto falava com André organizava o seu consultório, arrumava na sua mala o computador, a agenda e os equipamentos médicos que necessitaria. Manda André a ir avisando do que se passava, dá-lhe também o seu número de telemóvel para que durante a viagem de mais de 1 hora e 15 minutos, este lhe dê todas as informações sobre o estado de saúde de Marisa: - Eu vou a caminho, façam-me um favor, liguem para o IPO e peçam para falar com a doutora Cláudia Araújo, ela ajudar-vos-á, até eu chegar, digam-lhe que vão da minha parte. – André ligou para o INEM, esteve certa de 10 minutos a dar informações sobre o acontecimento, disseram-lhe que não demorariam mais que 5 minutos a chegar. Enquanto a ambulância do INEM não chegava, Renato falava com Marisa, tentando que ela não adormecesse novamente. Quando o INEM chega, colocam-na na maca, com um colar cervical e retiraram-na da sala. O enfermeiro que ficou para trás para falar com Renato, disse-lhe que poderia acompanhar Marisa, mas não poderia falar com ela, para ela não se cansar. Antes de abandonar a faculdade Renato mandou uma mensagem a David: “ puto vou para o hospital com a Marisa, depois quando saíres leva as minhas coisas a casa dos meus pais, por favor!” – David olhara para mensagem, começava a ficar realmente preocupado com Marisa, mas também com Renato que provavelmente estava com o coração nas mãos, respondeu-lhe: “ Ok! Depois diz-me como ela está !“ Renato abandonou a faculdade na ambulância de mão dada com Marisa. As sirenes tocavam insistentemente, circulavam a grande velocidade, não poderiam perder muito tempo. Marisa ia abrindo os olhos, olhava para Renato, sentia-se a mulher mais feliz do mundo, Renato largara uma vez mais as aulas para acompanhar. O barulho das sirenes faziam as dores de cabeça piorarem cada vez mais. Marisa apertou a mão de Renato, pediu-lhe: -Pede para não fazerem tanto barulho, dói-me tanto a cabeça. – Mal acaba de dizer isto, volta a desmaiar. Apesar de ver a sua amada assim, Renato pediu cuidadosamente ao enfermeiro que os acompanhava para baixarem o volume das sirenes. Enquanto Renato e Marisa se dirigiam para o hospital, Ana circulava a alta velocidade pelo IP5, sempre ao telefone com André que ia trocando mensagens com Renato. Ana estava verdadeiramente preocupada com aquele desmaio, apesar de este provavelmente ter sido provocado pelos medicamentos que Marisa tomava: - Ela voltou a desmaiar? - Sim, até agora não a conseguiram reanima-la novamente, até o próprio enfermeiro do INEM estranhou o desmaio! O Renato quer saber a que hora a doutora chega… - Ana começava a pensar noutras possíveis causas de desmaio. Responde a André: - Daqui a 30 minutos estou no IPO, ele que esteja descansado. – André agradeceu a ajuda de Ana. Esta disse-lhe que não tinha nada que agradecer, aquela era a sua função, tinha estudado para salvar pessoas não para as deixar morrer. Nem todos os dias podemos encontrar médicos como Ana. Infelizmente existem muitos médicos que não se preocupam com os doentes, talvez por isso exista uma grande mortalidade nos hospitais. André desligou o telefone, depois daquela situação o professor dispensou todos, nem ele próprio conseguiria dar aula depois daquele incidente.

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terça-feira, agosto 31, 2010 - 14:34

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lau_almeida

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Re: Dias de Azar XVIII

Num bom ritmo, com interacção de várias personagens intervenientes.
Agrada-me mais este estilo vigoroso.
A ansia dele de querer ajudar, de precisar de ser util, mesmo sem experiencia.
O medo a dominar os efeitos do desmaio.

Um bom capitulo!

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Re: Dias de Azar XVIII

Obrigada :)

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