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"Do outro lado da traição" - a minha próxima obra.

"Na sexta feira fui jantar sózinho com a Alleta. Queriamos comemorar o que nos estava a acontecer. Vesti umas calças claras, sapato vela, camisa azul escura fora da calça, cinto de cobra e um bronseado de quatro dias. Estava um gato, parecia chegado de Miami. Alleta pôs um vestido azul claro, muito justo e curto. Sandália de salto alto, branca, colar azul turqueza e bronzeado de quatro dias também. Por dentro, langerie bordeaux, para quem quisesse ver, se sentada, ao cruzar a perna. Lábios inferiores muito massajados, no limite do ardor. Resultado do prazer oferecido e extraído do seu amor, eu. Quem disse um dia, que as mulheres nórdicas eram frias, não conheceu Alleta. Era uma preta por dentro. Frias, só quando vêm das compras, nos dias de inverno. Recebem o calor que temos para lhes dar e ficam como as outras, em brasa. Alleta era uma loba e eu naquela peça, uma vaca leiteira. Conseguíamos acordar o piso do hotel, á hora que fosse preciso. Para mim tudo aquilo era novo. Naquela noite, estava uma boneca. Quem a visse, julgáva-a virgem. Mandei lavar o carro. Não saía á quatro dias, estava castanho. Recordo era laranja. Olha para mim e entra. Dou á chave e arrancámos. Descemos a Avenida Madrid e fomos em direção ao restaurante. Era á beira mar, como para variar, toda a Costa Blanca. Entrámos e sentámos numa mesa da esplanada privada. Sentíamo-nos em casa. O empregado, em espanhol, acende as velas. A leve brisa quente, apága-as. Apercebe-se e tráz um castiçal com vidros. Acende novamente e mostra a carta. Mostrei á Alleta, para escolher. Também estava em holandês. Não olhei ao preço, aquilo valia tudo. Escolhe um blanco de verano. Não estou habituado a tomar vinho. Em minha casa não bebemos bebidas alcoólicas á refeição, mas alinhei. Era suave e adocicado. Pedi uma entrada de camarão e abacate, com vinho mel. Depois veio o pescado, escalado ao sal. Estávamos muito bem na esplanada. A paisagem era de costa, “até onde a vista alcansa”. Se pudesse parar o tempo, ficaria, ali mesmo. Tudo estava suave e tranquilo. Pedimos “postre”, (sobremesa em Espanha) e tomámos um café. O café foi o pior do jantar. Terminámos e uma sensação agradável invade-nos. Ficámos simplesmente a olhar-nos. Alleta era um pedaço de mulher, já referi. Tudo estava brilhante, pena ter que acabar um dia, depois de amanhã. Por instantes, hipotecava todas as minhas regras e manias, para permanecer, na mira daquele olhar. Era a primeira vez que sentia, algo assim. Completamente conduzido por emoções. Sou um tipo que não vê meios, para atinjir fins. Gostar muito do que estava a viver, era correr o risco, de revirar a vida. Porém, tenho que concordar em parte, com os que dizem que as mulheres nórdicas, são frias. Possivelmente, quem inventou essa máxima, não soube explicar-se, corretamente. Pelo que via, parecia-me ser recípoco o que recebia de Alleta, até, já descontando, alguma falha na comunicação. Contudo, alguns quilómetros separavam a maternidade onde nascera, da Alfredo da Costa. Com isso, um conjunto de vivências e experiências que formam um ser humano. Por muito que desejássemos, nunca poderíamos sentir as coisas da mesma forma. Se tivéssemos nascido no mesmo lugar, não havia dúvidas, estaria a viver as coisas, com a mesma intensidade que eu. Atendendo á diferença de culturas e vivências, devo salientar, nunca poderei comparar pessoas, não sei. As vivências, experiências e dificuldades, moldam as pessoas e cunham marcas profundas, que podem fazer com que estas, sintam as coisas, de forma diferente. Nunca ninguém inventou uma máquinaa para medir os sentimentos. O amor por exemplo. Se isso acontecesse, muita desilusão aconteceria entre pessoas, que dizem “amo-te”. Essa era única frieza que consigia encontrar, mas só na minha cabeça e não em relação não á Alleta, mas entre todas as pessoas, de berços diferentes. Essa também era a razão, porque á loira do meu bairro, nunca poderiam chamar fria. Parei um pouco. Pousei a mão sobre Alleta e démos as mãos. Olhei-a nos olhos e senti aquela pele macia. Caí na minha realidade. Fosse a forma que fosse, estava na presença de uma mulher bonita, sensível, meiga e charmosa. Voltámos pela marginal, sentimos o bafo quente da noite e quando chegámos ao hotel, fiz amor com Alleta."

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quinta-feira, janeiro 24, 2013 - 01:08

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João Paulo Lima

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retirado da minha próxima

retirado da minha próxima obra "Do outro lado da traição", texto ainda a ser revisto.

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