CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Eskizofrénico - Capitulo 1- Parte 2
Três horas depois e o jovem de fato azul barato, continuava a escrever afincadamente no caderno de argolas, com uma concentração a toda a prova.
De trás do balcão, Rita ia deitando um olhar de supervisionamento ás actividades do estranho cliente. Sabia que dele podia esperar tudo, e a chefe incutira-lhe a responsabilidade de zelar pelo bom funcionamento do café.
A verdade é que se aproximava a hora de almoço e durante todo esse tempo, não houve qualquer alteração à sua obcessão de escrever.
Por suas vezes, Rita tentara passar junto da mesa dele e perceber o que ele escrevia, mas os caracteres que ele usava eram demasiado pequenos para se conseguir ler á distância.
Fosse como fosse, aquele sujeito intrigava-a. Não por parecer doido, mas pela obcessão e pela paixão que debitava nas folhas lisas do caderno.
A unica altura em que ele levantava a cabeça, era para afiar a ponta do lápis, que segundo ela percebeu, tinha de ser constantemente afiado.
De subito ele parou. Como uma máquina que se desliga. Simplesmente parou de escrever e deixou cair o lápis sob o caderno.
Numa atitude de desleixo, espreguiçou-se fortemente, passou a mão pelo cabelo curto e de pronto, fechou o caderno, guardando-o na mala de couro castanha. Destino identico tiveram os lápis e a afia.
Certificando-se que havia fechado bem a mala, levantou-se devagar e apoximou-se do balcão:
-Quanto é o café?
-Sessenta cêntimos. - Atirou prontamente a jovem
-Ah, preço certo. Assim é mais fácil.
Com um cuidado redobrado, o jovem retirou do bolso interior do casaco, umas bolsas de plástico usadas para numismática e pegou numa com dez centimos e noutra com cinquenta.
Tranquilamente, abriu a ranhura das bolsas, deixando cair as moedas no balcão e apressou-se a guradr o resto no bolso interior.
Segurando o riso, a jovem recolheu as moedas e piscando um olho, afiançou:
-Foi bom tê-lo por cá. Até um dia!
-Um dia?
-sim.
-Mas volto de tarde.
-Ah sim?
-Estão abertos, não estão?
-Claro. É que nunca o vi por cá.
O jovem corou e demoradamente retorquiu:
-Pois. Estou de férias.
E saiu tão tranquilo que Rita não parou de olhar para ele, vendo-o sair:
-Férias? Em Novembro?
**
A hora de almoço era uma das alturas mais atarefadas do estabelecimento. Não que servissem almoços propriamente ditos, mas serviam cachorros e sandwiches aos miudos da escola ali perto.
Era uma completa azáfama, que exigia a presença constante de Ana e Rita numa rodaviva entre o balcão e as mesas. Entre molhos, salsichas e jovens que berravam constantemente.
Por volta das duas da tarde, tudo abrandava, apesar do ambiente no café ainda ser prova viva da loucura da hora anterior, com chávenas e pratos vazios em cima de mesas vazias para recolher.
Foi neste ambiente bucólico que o jovem regressou, de pasta na mão e olhar distante.
Caminhou seguro e confiante, porém estacou abruptamente diante do balcão e exibindo um olhar de terror, aproximou-se mesa que havia usado nessa manhã e que agora se encontrava ocupada por duas senhoras de idade.
Sendo a mesa para quatro, o jovem dirigiu-se á senhora da direita e num tom de voz firme, ordenou:
-Tem de sair dessa mesa. Vou precisar dela!
-Perdão? - Retorquiu senhora.
-Sim ta perdoada. Agora saia.
A mulher levantou-se irada e apontando um dedo, acusou:
-Mais respeito que çpodia ser sua avó!
-Cruz credo. - Retorquiu o jovem
Apercebendo-se de confusão de trás do balcão e incrédula por ele ja estar de volta, Rita apressou-se a correr para a mesa, ante o olhar reprovador de Ana.
-Eh, que se pass aqui? - Indagou a jovem
-Este senhor é malcriado e ainda nos ofendeu. - Retoruiu a irada senhora.
-Eu? Vocês que estão na minha mesa.
-Minha senhora, queira desculpar. Foi um mal entendido.
Agarrando o jovem pelo braço, arrastou-o até á ponta da sala e inquiriu:
-Que raio foi aquilo?
-Elas estão na minha mesa.
-Sua? acaso alugou a mesa?
O jovem olhou-a espantado:
-Alugar? Não...
-Então, acaso a comprou?
-Não.
-Acaso a reservou?
-Não sabia que precisava de reservar.
-Ok, ouça sente-se numa mesa qualquer e se realmente quizer aquela espere que vague. Tá certo?
-Maspodem demorar uma eternidade e eu tenho que escrever.
-È isso ou rua!
Como um cachorro abandonado o jovem baixou a cabeça e sentou-se na primeira mesa disponivel.
Desfazendo-se em desculpas para com as duas senhoras,Rita respirou fundo e sumiu para trás do balcão:
-Temos de nos livrar dele. - Ordenou Ana.
-Calma. Foi só um mal entendido.- Defendeu a jovem.
-Tudo bem, mas eu estou de olho. Mais uma destas e tomo medidas.
-Certo chefe!
Rita olhou de soslaio para a cara de infeliz do jovem, que fixava o olhar no tampo da mesa, aguardando
Submited by
Prosas :
- Se logue para poder enviar comentários
- 460 leituras
Add comment
other contents of Mefistus
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Videos/Poesia | Vida e Obra - Florbela Espanca | 0 | 1.405 | 11/19/2010 - 23:31 | Português | |
Videos/Música | Cinderela - Carlos Paião | 0 | 1.235 | 11/19/2010 - 23:30 | Português | |
Videos/Música | Fácil de entender - The Gift | 0 | 834 | 11/19/2010 - 23:30 | Português | |
Videos/Música | Humming - Portishead | 0 | 1.244 | 11/19/2010 - 23:30 | Português | |
Videos/Música | Silence 4 - A Little Respect (live at Pavilhao Multiusos) | 0 | 1.269 | 11/19/2010 - 23:30 | Português | |
Videos/Arte | Cherry Blossom Girl - Air | 0 | 1.517 | 11/19/2010 - 23:30 | Português | |
Videos/Música | Silence 4 - Borrow | 0 | 659 | 11/19/2010 - 23:30 | Português | |
Videos/Arte | Clã - Tira a Teima | 0 | 1.155 | 11/19/2010 - 23:30 | Português | |
Videos/Outros | Death Metal Baby!! | 0 | 1.546 | 11/19/2010 - 23:30 | Português | |
Videos/Música | Homenagem ao malandro | 0 | 2.135 | 11/19/2010 - 23:21 | Português | |
Anúncios/Outros - Oferece-se | Seguros Casa e carro | 0 | 1.386 | 11/19/2010 - 15:38 | Português | |
Anúncios/Outros - Procura-se | Filme " Ghost-Espirito do amor" | 0 | 2.111 | 11/19/2010 - 15:38 | Português | |
Anúncios/Outros - Procura-se | Procura-se Alma | 0 | 3.377 | 11/19/2010 - 15:38 | Português | |
Críticas/Livros | O Amante do Vulcão | 0 | 1.180 | 11/19/2010 - 02:47 | Português | |
Críticas/Livros | Uma questão Pessoal - Kenzaburo Oe | 0 | 1.528 | 11/19/2010 - 02:47 | Português | |
Críticas/Filmes | Casablanca | 0 | 1.157 | 11/19/2010 - 02:47 | Português | |
Críticas/Cds | Descartabilidade | 0 | 2.579 | 11/19/2010 - 02:47 | Português | |
Críticas/Outros | Maldita Rotina | 0 | 994 | 11/19/2010 - 02:40 | Português | |
Críticas/Outros | A dor | 0 | 1.037 | 11/19/2010 - 02:40 | Português | |
Críticas/Filmes | Sacanas sem Lei-"Inglourious Basterds" | 0 | 956 | 11/19/2010 - 02:40 | Português | |
Críticas/Outros | O som da chuva | 0 | 848 | 11/19/2010 - 02:40 | Português | |
Críticas/Outros | MAITÊ, EU TE ODEIO | 0 | 1.059 | 11/19/2010 - 02:40 | Português | |
Críticas/Livros | EBooks?? | 0 | 1.538 | 11/19/2010 - 02:40 | Português | |
Críticas/Outros | Um novo Messias | 0 | 1.216 | 11/19/2010 - 02:40 | Português | |
Prosas/Contos | Eskizofrénico - Capitulo 4 - Parte 4 | 0 | 826 | 11/19/2010 - 00:08 | Português |
Comentários
Re: Eskizofrénico - Capitulo 1- Parte 2
Uma escrita fabulosa, um ambiente táctil, transpondo-nos além da palavra. Creio, muito diferente de Enoah, no entanto mantém aquele toque mistificado, habitual do Mefistus, a envolvência que nos proporciona. A forma de escrita acaba por ser a mesma, noutro ambiente claro, adaptada aos meios, ao novo ambiente.
São pequenos, pormenores que nos envolvem, passam despercebidos por entre as entrelinhas das entrelinhas, o Mefistus, tem a pena para esses detalhes. E para segurar a pena, o pulso, dotado de uma imaginação e meio de a descrever, ideais.
Esse estilo que o Mefistus tem, por mais controverso que seja o tema, variada a personalidade do mote, o enredo, o contexto, não interessa, nunca o perde.
Muito bom!
Abraço