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A Estrela do Amor

Roubei uma estrela no céu,
A mais bonita e brilhante que havia
E coloquei-a numa gaiola
Para me fazer companhia todo o dia
A cantar o «Não há estrelas no céu».
Uma gaiola para a mais cintilante das estrelas!
Merecia um palácio de cristal!
Mas como quem não tem cão caça com gato,
Como não tinha dinheiro para lhe comprar um palácio,
Pu-la na pequena gaiola do meu tio Inácio.
Pequena, mas que ela iluminou e logo a transformou,
Tornando-a tão bela como quem vivia nela!
Graças a essa linda estrela,
A gaiola do meu tio outrora branca pálida,
Passou a ser reluzente como o ouro.
Então o meu tio descobriu
Que tinha guardado afinal,
Um verdadeiro tesouro.
Tesouro precioso,
Uma preciosidade sem igual,
Capaz de dar luz à escuridão!
Ela todos os dias cantava
E quanto mais cantava mais brilhava.
E quanto mais brilhava e cantava como uma cotovia,
Mais olhares gulosos e gananciosos atraia.
Todos queriam aquela melodia maravilhosa,
Aquele brilho que encandeava
Quem dela se aproximasse para a tentar levar.
Então ela ficou assustada, estava fora do seu mundo
E o nosso não entendia! Toda aquela agitação
E atenção ela não pretendia,
Por isso começou a perder o brilho
E todo aquele encanto foi quebrado.
Para o meu tio ela já não prestava,
Pois a sua gaiola voltou a ficar baça.
A pobre e bela estrelinha,
Passou assim de cisne a patinho a feio
E um dia foi libertada
E posta de novo no céu.
A pouco e pouco voltou a querer cintilar e encantar,
Lá no alto, no seu mundo,
Mas apenas aos que realmente a soubessem apreciar e amar,
Portanto, nunca mais brilhou!
Sentindo-se só, no meio daquela imensidão infindável de estrelas,
O seu amor e brilho próprio um dia se apagou,
E o seu corpo entrou em combustão.
Ardendo de tristeza e frustração,
Partiu veloz em busca da paixão.
Quando a vi cair corri atrás para a amparar.
Mal sabia eu o que iria encontrar!
Ao tocar-lhe, ela desfez-se
E um vulto de mulher surgiu.
Espantados, os meus olhos só focaram a ela.
Que visão tão maravilhosa, tão bela!
Descobri então, que aquela linda estrela
Era afinal a estrela do Amor.
Percebi finalmente o que é amar de verdade
E ela encontrou por fim o seu verdadeiro lar.
Sua poeira entrou no meu coração e assim, nele renasceu.
Voltou a brilhar e encantar
E nunca mais se apagou.

José Vidas, 2011

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quinta-feira, outubro 18, 2012 - 11:02

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Jose Vidas

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