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As Filhas do Sapateiro X (O Reencontro)

O Reencontro

O pai, o grande e nobre senhor, estupefacto e destruído como quem fora atirado nas fúrias de um vulcão e encontra o céu lá dentro, corre ao encontro dos filhos e despeja o conteúdo da bolsa. Porém, sabia que não precisava de o ter feito quando sentiu a força do poema como quem sente um punhal que se vai enterrando aos poucos no peito de um pai. O seu coração estalou em mil pedaços de sentidos.
Parecia ele, agora um homem de rosto renascido. Fascinado estava com tal descoberta aos filhos, que nem cabia nele em tanta angústia pelo que tinha feito. Com a mesma rapidez com que julgou a mulher, da mesma forma enxotou as cunhadas para o castigo vergonhoso nas mãos do carrasco.
Tinha pressa de libertar a sua amada e correr como uma centopeia para os seus braços. Subiu as escadas em direcção à torre, onde mantivera presa a mãe de seus dois filhos durante muito tempo.
Subiram também duas criadas levando comida e abundante água na esperança de socorro à fome e sede da miserável mãe.
Já sem forças, os olhos da frágil senhora foram abrindo ao mesmo tempo que despertam os sentidos num teimoso nascer do dia. Sentiu no rosto um calor que há muito não sentia e descobriu naquelas mãos pequeninas um carinho que nunca antes tivera. Deslocou a magra mão pelas testas das crianças e deixou sair a última lágrima que o coração de mãe tinha guardado.

(continua)

Carla Bordalo

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sexta-feira, março 26, 2010 - 10:23

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