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ESTOICISMO - Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético

ESTOICISMO – STOA POIKILÁ é um nome grego que desig-nava um Pórtico em Atenas. Ali lecionava ZENÃO DE CÍCIO, o fundador dessa Doutrina que deve seu nome ao local onde era ensinada. Aportuguesado, temos o “Estoicismo”. Embora seja mais rara, outra denominação também é utilizada para nomear essa Doutrina, “Filosofia do Pórtico”. O Estoicismo é uma Corrente de Pensamento que abriga es-tudos e teses sobre a Lógica, a Física e a Ética. Três verten-tes que seguem Princípios Comuns; mas, das três, só a Ética teve destaque, chegando a influenciar o Comportamento Ideal no Cristianismo primitivo e com ecos no atual. Em sua Ética, o Estoicismo prega que as bases éticas da Harmonia e do Equilíbrio, ao cabo, baseiam-se nos Princípios que regulam o Universo, que harmoniosa e equilibradamente executa seus movimentos sem traumas ou desordens. Desse modo, o Homem que é parte (e não o Centro) desse Cosmo deve levar sua vida prática. A Ataraxia, que já se mencionou anteriormente, ou a “imperturbabilidade” ante os fatos da vida (bons ou ruins) é o sinal mais evidente que a Sabedoria daquele que nada perturba, atingiu o ápice. É o Saber máxi-mo. Assim como a sua felicidade, pois se nada altera sua paz interior, ele não sofre por desejar algo, por não conseguir o que desejou, por não ter aquilo, por já não ser daquele jeito etc. A mensagem principal do Estoicismo é a de valorizar essa atitude de indiferença frente às vicissitudes da vida e aos apelos das ilusões da matéria (ou do “Véu de Maya” para os mais letrados). Dessa atitude, aliás, provém o termo “Estóico” que vulgarmente é sinônimo de “resignado”. Posição, claro, que teve e tem vários opositores, como foi Nietzsche que ao criticar a passividade (covardia, segundo ele) dos Cristãos, estava, na verdade, criticando os Estóicos. Na época atual é uma atitude que quase nunca é admitida, pois é sumamente difícil para os Homens do nosso tempo aceitar que alguém despreze (autenticamente, e não por mero modismo ou para ser/parecer “politicamente correto”) os luxos materiais; os quais, aliás, são vistos como a medida de Felicidade. Maiores as posses, maior a felicidade. Obviamente que aqueles Estóicos genuínos levam a alcunha de preguiçosos, acomodados, co-vardes etc. Porém, em casos excepcionais e raríssimos, o rótulo de Estóico pode ser um elogio, como quando foi dado à Madre Teresa de Calcutá, pois ela simbolizava a capacidade de suportar as aflições, as amarguras, as mágoas etc. Ou seja, capaz de ser aquilo que tantos gostariam, mas que são impedidos pela própria natureza humana que lhes cobra a aquisição de bens para serem aceitos e queridos pelos grupos de que fazem parte. Viu-se que é um termo deturpado pelo mau uso de tantos, mas se pode resumir a questão da Ética Estóica da seguinte maneira: “Estóicos são aqueles que buscam o Ideal de viver em perfeita sintonia e total harmonia com a Natureza e com os seus SERES, inclusive os Humanos. Para tanto é capaz de dominar seus anseios e desejos e de suportar os sofrimentos e agruras da vida, até alcançar a mais completa indiferença e impassibilidade ante os acontecimentos. Na definição acima não há apenas semelhança com o Hindu-ísmo. É o próprio Hinduísmo, que foi copiado por ZENÃO; como de resto, aliás, aconteceu com quase toda Filosofia grega e, por conseqüência do Helenismo*, mundial. Os Estóicos pregavam uma Física Materialista, onde a Matéria seria um “bloco único” e NÃO um conjunto formado por vari-as partes, ou Átomos, como afirmavam os Epicuristas Ato-mistas. Os Estóicos consideravam o Mundo como se fosse um “organismo”, um “corpo físico” que “vive” porque é animado, ou sustentado, por um “Principio ou uma Energia Vital” que chamavam de “O LOGOS SPERMATIKÓS (note-se aqui a raiz do termo “esperma” que também dá ou propicia a vida)”. Essa Energia seria a própria “Alma do Mundo (PNEUMA)”. Nos Humanos, o LOGOS é o Principio Racional e essa “Razão Consciente” é uma manifestação depurada, limpa, filtrada da “Alma do Mundo”. Aqui, novamente, o Hinduísmo se faz presente com relevo: o “Logos” é “Atmam” que se “desprende” de “BRAH-MAN”, ou da “Alma do Mundo”, para onde voltará após ter cumprido sua educação que o levará à evolução. Nos tempos atuais, as teses dos Estóicos sobre “Lógica” e sobre a “Teoria da Linguagem” tem sido revalorizadas. Se antes a Lógica não despertou grande interesse, pois foi su-plantada pela de Aristóteles, agora começa a ser vista com melhores olhos. Em relação à Lógica do discípulo de Platão, a Estóica se caracteriza por ser basicamente assentada sobre Propostas (ou proposições), enquanto que a outra se alicer-çava sobre a dedução de Silogismos (ou as deduções que aconte-cem ao se analisar duas proposições ou premissas, extraindo de ambas uma Terceira, que já estava embutida nas anteriores). Cronologicamente, o Estoicismo pode ser dividido em três etapas ou períodos: 1.Estoicismo Antigo – aquele que foi fundado por ZENÃO de CICIA (335/264 A.C.) e difundido, principalmente, por CLEANTES (331/232 A.C.) e CRISIPO (280/205 aC.) 2.Estoicismo Médio – com características mais ecléticas (ou seja, com mais sub teses agrupadas). Foram seus principais representantes PANÉCIO (180/110 a.C.) e POSIDEÔNIO (135/51 a.C.) 3.Estoicismo Romano, ou Imperial, ou Novo – cujos re-presentantes mais célebres foram o filósofo romano SÊNECA (4 a.C./65 d.C.), o Imperador Marcus Aurélio (121/180 d.C.) e o filósofo grego EPICTETO (50/125 d.C.) que antes fora escravo.

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quinta-feira, janeiro 28, 2010 - 11:53

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fabiovillela

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Parabéns pelo belo texto.

Um abraço,
Roberto

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